sábado, 21 de março de 2015

Crescimento do desmatamento coloca MT em alerta

Crescimento do desmatamento coloca Mato Grosso em situação de alerta
Trator flagrado derrubando floresta na região norte de Mato Grosso durante operação do IBAMA.
O desmatamento voltou a crescer na Amazônia e em Mato Grosso. Segundo dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Imazon, o desmatamento na Amazônia atingiu 1.660 Km2 no período de agosto de 2014 a janeiro de 2015 (primeiro semestre do atual calendário de monitoramento). Isso representa um aumento de 213% em relação ao mesmo período do ano anterior. Mato Grosso foi responsável por cerca de 45% desse aumento.
A situação de alerta é reforçada pelos dados do Sistema de Detecção em Tempo Real (Deter), divulgados no início deste mês pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O monitoramento apontou que o desmatamento na Amazônia Legal aumentou 40% entre novembro de 2014 e janeiro 2015 em relação ao mesmo período anterior. Nesse trimestre foram detectados 219 Km2 de desmatamento, sendo que, no mesmo período entre 2013 e 2014, os alertas totalizaram 156 Km2. Neste cenário, Mato Grosso também lidera a devastação da floresta, com 179 Km2, seguido pelo Pará (56) e Rondônia (21).
De acordo com o Instituto Centro de Vida (ICV) a retomada do desmatamento em Mato Grosso nos últimos seis meses é alarmante, pois, nesse período, o estado já superou o desmatamento total do ano anterior. Também é importante notar que esses não são, tradicionalmente, os meses com maior registro de derrubada da floresta. Ou seja, se a tendência continuar, a probabilidade é de os números aumentarem ainda mais nos próximos meses.
O ICV analisou os dados do SAD para o estado de Mato Grosso nesse período de seis meses (agosto de 2014 a janeiro de 2015), considerando o tamanho das áreas desmatadas, as categorias fundiárias e os municípios onde os desmatamentos ocorreram.
Os dados revelam que parte dos proprietários rurais continua apostando na impunidade, na crença de que as regras do código florestal e as limitações para comercialização de produtos agropecuários oriundos de desmatamentos ilegais não serão mantidas ou poderão ser fraudadas. Revela também fragilidades estruturais de governança, especialmente no tocante à regularização fundiária.
Para a organização, essa situação requer uma atuação forte e imediata dos órgãos ambientais para evitar uma alta ainda mais significativa do desmatamento, colocando em cheque o cumprimento das metas de redução do desmatamento do estado. Requer também um aprofundamento das medidas estruturais de regularização ambiental e fundiária dos imóveis rurais e fortalecimento da gestão ambiental dos municípios, que são prioridades do Programa Mato-grossense de Municípios Sustentáveis. (ecodebate)

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