Crescimento do desmatamento coloca Mato Grosso em situação de alerta
Trator flagrado derrubando floresta na região norte de Mato Grosso
durante operação do IBAMA.
O desmatamento voltou a
crescer na Amazônia e em Mato Grosso. Segundo dados do Sistema de Alerta de
Desmatamento (SAD), do Imazon, o desmatamento na Amazônia atingiu 1.660 Km2
no período de agosto de 2014 a janeiro de 2015 (primeiro semestre do atual
calendário de monitoramento). Isso representa um aumento de 213% em relação ao
mesmo período do ano anterior. Mato Grosso foi responsável por cerca de 45%
desse aumento.
A situação de alerta é
reforçada pelos dados do Sistema de Detecção em Tempo Real (Deter), divulgados
no início deste mês pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O monitoramento apontou que o desmatamento na
Amazônia Legal aumentou 40% entre novembro de 2014 e janeiro 2015 em relação ao
mesmo período anterior. Nesse trimestre foram detectados 219 Km2 de
desmatamento, sendo que, no mesmo período entre 2013 e 2014, os alertas
totalizaram 156 Km2. Neste cenário, Mato Grosso também lidera a
devastação da floresta, com 179 Km2, seguido pelo Pará (56) e
Rondônia (21).
De acordo com o Instituto
Centro de Vida (ICV) a retomada do desmatamento em Mato Grosso nos últimos seis
meses é alarmante, pois, nesse período, o estado já superou o desmatamento
total do ano anterior. Também é importante notar que esses não são,
tradicionalmente, os meses com maior registro de derrubada da floresta. Ou
seja, se a tendência continuar, a probabilidade é de os números aumentarem
ainda mais nos próximos meses.
O ICV analisou os dados do
SAD para o estado de Mato Grosso nesse período de seis meses (agosto de 2014 a
janeiro de 2015), considerando o tamanho das áreas desmatadas, as categorias
fundiárias e os municípios onde os desmatamentos ocorreram.
Os dados revelam que parte
dos proprietários rurais continua apostando na impunidade, na crença de que as
regras do código florestal e as limitações para comercialização de produtos
agropecuários oriundos de desmatamentos ilegais não serão mantidas ou poderão
ser fraudadas. Revela também fragilidades estruturais de governança,
especialmente no tocante à regularização fundiária.
Para a organização, essa
situação requer uma atuação forte e imediata dos órgãos ambientais para evitar
uma alta ainda mais significativa do desmatamento, colocando em cheque o
cumprimento das metas de redução do desmatamento do estado. Requer também um
aprofundamento das medidas estruturais de regularização ambiental e fundiária
dos imóveis rurais e fortalecimento da gestão ambiental dos municípios, que são
prioridades do Programa Mato-grossense de Municípios Sustentáveis. (ecodebate)
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