domingo, 29 de março de 2015

Cantareira tem 57% menos água que há um ano

Sistema Cantareira tem 57% menos água do que tinha há 1 ano.
Mesmo tendo recebido no trimestre volume maior do que o acumulado em 10 meses de 2014, estado do sistema é crítico.
Com dois meses consecutivos de chuvas acima da média, o Sistema Cantareira já recebeu neste ano um volume de água maior do que o acumulado em 10 meses de 2014. Mesmo assim, o manancial tem 57% menos água do que tinha há um ano.
Segundo boletim da Agência Nacional de Águas (ANA), chegaram ao Cantareira 227,2 bilhões de litros neste primeiro trimestre, 137% a mais do que no mesmo período do ano passado (95,7 bilhões). O volume supera a soma da quantidade de água que entrou nas represas entre março e dezembro de 2014: 215 bilhões de litros. 
O manancial já registra neste mês chuvas 6,7% acima da média e deve terminar com a maior vazão afluente aos reservatórios desde abril de 2013. São 39,9 mil litros por segundo de água chegando às represas, índice ainda 33% abaixo da média do mês (59,5 mil l/s), mas 190% maior do que os 13,8 mil l/s registrados em março de 2014.
Sistema Cantareira já recebeu neste ano um volume de água maior do que o acumulado em 10 meses de 2014.
A melhora na entrada de água no sistema, iniciada em fevereiro, fez com que o governo Geraldo Alckmin (PSDB) adiasse a decisão sobre adoção do rodízio oficial no abastecimento de água na Grande São Paulo, onde 5,6 milhões de pessoas ainda dependem do Cantareira. Desde o mês passado, o nível do manancial subiu de 5% para 18,4%, considerando as duas cotas do volume morto.
Com essa recuperação, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) acredita que agora é possível atravessar o período de estiagem, que vai de abril a setembro, sem precisar adotar o rodízio. Para isso, conta com a conclusão de obras emergenciais como a que vai captar mais água da Represa Billings e com o racionamento na distribuição por meio da redução da pressão e do fechamento da rede durante a maior parte do dia.
Foi com essas manobras, além da economia de água espontânea pela população, que a Sabesp conseguiu reduzir em 58% a retirada de água do Cantareira neste primeiro trimestre (100,6 bilhões de litros) em relação ao mesmo período de 2014, quando a captação atingiu 240,8 bilhões.
Apesar das medidas e da melhora das condições climatológicas no maior manancial paulista usado para abastecimento, o Cantareira tem hoje 243 bilhões de litros a menos do que há um ano, volume equivalente a 24,7% da capacidade original do sistema.
Em 27/03/14 o índice era de 14%, mas não incluía os 287,5 bilhões de litros adicionais das duas cotas da reserva profunda das represas. Em 27/03/15 restavam 181,1 bilhões de litros do volume morto. O problema agora é que a temporada chuvosa acabou. “As chuvas vão diminuindo gradativamente a partir de agora”, afirma o meteorologista Marcelo Seluchi, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). (OESP)

Nenhum comentário:

Degradação florestal na Amazônia afeta área três vezes maior que desmatamento

Entre março de 2023 e de 2024, INPE detectou aviso de degradação para 20,4 mil km², maior que os 18 mil km² do período anterior. É necessári...