Planeta
terá déficit de 40% no abastecimento de água até 2030
Mais
de 748 milhões de pessoas em todo o mundo ainda não têm acesso a água potável;
agricultura é a que mais consome o recurso.
Planeta terá déficit de 40% no abastecimento de água
até 2030, diz UNESCO.
A população mundial deverá enfrentar um
déficit de 40% no abastecimento de água até 2030, caso não tome medidas
drásticas para melhorar a gestão do recurso natural. Essa é a conclusão do
Relatório Mundial das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento de Recursos
Hídricos - Água para um mundo sustentável, lançado em Nova Délhi, na Índia,
pela Unesco.
O relatório, que faz parte das ações
atreladas ao Dia Mundial da Água, 22 de março, aponta medidas para que a
comunidade internacional elabore um novo programa de desenvolvimento.
Segundo o relatório, 748 milhões de
pessoas em todo o mundo ainda não têm acesso a água potável. Por outro lado, a
água nunca foi tão consumida. Até 2050, a agricultura, setor que mais consome
água, deverá produzir 60% mais alimentos do que hoje. O estudo destaca ainda
que a demanda por bens manufaturados vai aumentar, pressionando ainda mais os
recursos hídricos.
A estimativa é de que, até 2050, a
demanda mundial de água pela indústria tenha um aumento de 400%. O estudo chama
a atenção para o grande volume de água usado para geração de energia (usinas
térmicas) e destaca a necessidade de estímulos a fontes renováveis, como
subsídios para as fontes eólica e solar.
O objetivo do relatório é estabelecer
um objetivo em relação ao uso da água. A proposta seria fixar metas sobre temas
como governança e qualidade da água, gestão de águas residuais e prevenção de
desastres naturais.
O relatório da UNESCO destaca as
iniciativas de um programa batizado de "Rio Rural", realizado na
região Norte do Estado fluminense. O programa, que até 2018 receberá recursos
do Banco Mundial, é voltado para a produção agrícola na região.
"Em partes do Norte do Estado do
Rio de Janeiro, políticas rurais do passado priorizaram a monocultura do café e
da cana-de-açúcar, além da pecuária. O desmatamento e a exploração não
sustentável resultaram em degradação do solo e em esgotamento dos recursos hídricos",
informa o estudo, destacando que, desde 2006, o programa Rio Rural trabalha
para reverter a situação, com suporte para que pequenos agricultores adotem
sistemas produtivos mais ecológicos.
"Como a maioria das tecnologias
mais sustentáveis tem custos mais elevados de implementação e baixo impacto
sobre a renda rural, é fundamental estabelecer um sistema de incentivo
financeiro para apoiar a sua adoção", afirma o trabalho.
Com apoio do Banco Mundial, governos federal, estadual
e do setor privado, a previsão é de que o Rio Rural receba um total de US$ 200
milhões até 2018, atingindo uma área de 180 mil hectares e 78 mil agricultores.
Desse total de agricultores, 47 mil recebem incentivos financeiros diretos e
assistência técnica para melhorar a produtividade. Em troca, os agricultores se
comprometem em conservar áreas florestais remanescentes. (yahoo)
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