Áreas
nobres gastam 45% mais água do que a média de São Paulo
Números
incluem os Jardins Paulista, Europa e América, Lapa, Alto de Pinheiros,
Boaçava, Sumaré e Perdizes.
O consumo de água em bairros nobres de São Paulo,
como Jardins e Perdizes, foi 45% maior do que a média registrada na capital
paulista em março. Segundo balanço divulgado em 10/04 pela
Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o gasto por
imóvel nessas regiões atingiu 15 mil litros, enquanto que na cidade o consumo
médio no período foi de 10,3 mil litros.
Ocupada por casas e condomínios de alto padrão, além
de shoppings e hospitais, a região dos Jardins lidera o ranking de consumo de
água por domicílio na capital, segundo a Sabesp, que divide a cidade em 27
áreas. Para a empresa, essa região compreende os bairros de Jardins Paulista,
Europa e América, Lapa, Alto de Pinheiros, Boaçava, Sumaré e Perdizes,
abastecidos pelos Sistemas Cantareira e Guarapiranga.
“Quando menciona Jardins, na verdade está
mencionando outros bairros. Além disso, é de conhecimento público que tais
regiões apresentam estabelecimentos comerciais de suma importância e
necessidade que mesmo que se esforcem não conseguirão reduzir consideravelmente
o consumo de água, tais como hospitais, restaurantes, shoppings e faculdades”,
afirma Fernando José da Costa, presidente da Associação de Moradores dos
Jardins América, Europa, Paulista e Paulistano (AME Jardins).
Economia. Dados da Sabesp mostram que o consumo de
água nessas regiões caiu 24,4% em relação a março de 2014, quando o gasto médio
foi de 19,8 mil litros. Em toda a cidade, a queda de consumo no período foi
maior, de 28,8%. Há um ano, o gasto médio por domicílio era de 14,5 mil litros.
Dados da Sabesp mostram que há um ano, os moradores
dessa região, onde existem mansões e condomínios de alto padrão, consumiam 19,8
mil litros em média, por imóvel.
De acordo com a Sabesp, os moradores das regiões do
Ipiranga e da Vila Mariana, na zona sul da capital, foram os que mais reduziram
o consumo de água em março em relação à média anterior à crise (fevereiro de
2013 a janeiro de 2014). Segundo a empresa, 77% dos imóveis desses bairros
economizaram mais de 20% e ganharam o bônus na conta. Na média, 18% dos
clientes ainda gastaram mais água em março do que no período pré-crise. Desses,
segundo a estatal, 11% consumiram mais de 10 mil litros no mês e receberam
multa de até 100% sobre a tarifa de água, ou 50% do valor total, incluindo
esgoto.
Para a gerente de Relacionamento com o Cliente da
Sabesp, Samanta Souza, os números mostram que ainda é possível reduzir mais o
consumo de água na cidade. “Apesar do resultado positivo, há potencial para que
esses bairros economizem ainda mais, uma vez que o consumo médio de água no
município de São Paulo é de 10,3 m³ (mil litros)”, disse.
Periferia
Os dados da companhia mostram que nos bairros da
periferia paulistana, como Grajaú, no extremo sul, o consumo médio foi de 8,9
mil litros por imóvel, ou seja, 40% menor do que nos Jardins. “A população da
região periférica mais distante do centro já apresentava um padrão de consumo
mais consciente, antes mesmo da crise hídrica”, afirmou Samanta.
De acordo com a Sabesp, 68% dos clientes do Grajaú
atingiram o bônus de 20% no mês passado. Segundo o presidente da estatal,
Jerson Kelman, é possível que parte da diminuição do consumo pela população
seja reflexo do racionamento feito pela empresa por meio da redução da pressão
da água e do fechamento manual da rede. (OESP)
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