Com
piora da crise, Sabesp vai cortar mais investimentos em 2015
Em
crise, Sabesp vai reduzir ainda mais os investimentos e cortar gastos.
Diretor
econômico-financeiro da companhia diz que empresa busca ‘sustentabilidade
econômica’ e que obras para garantir segurança hídrica na Grande São Paulo
estão asseguradas.
Com queda de receita, por causa da
crise hídrica, e um reajuste na conta de água abaixo do pretendido, a Companhia
de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) anunciou em 19/05/15, que
vai reduzir ainda mais os investimentos previstos para 2015. Para o diretor
econômico-financeiro da estatal, Rui Affonso, seria “irresponsável” não cortar
os recursos, diante do atual cenário econômico do País e da escassez de água na
Grande São Paulo.
“Estamos fazendo os cálculos de
quanto será a redução, mas isso é absolutamente dever de responsabilidade da
companhia, ante uma situação de estresse financeiro, para garantir a
sustentabilidade econômica”, disse Affonso nesta terça, durante teleconferência
com analistas e jornalistas sobre os resultados da Sabesp no primeiro
trimestre, quando as receitas e o lucro caíram 11,6% e 33,4%, respectivamente,
em relação ao mesmo período de 2014.
Seca na Represa Jaguari, em
Bragança Paulista, no interior de São Paulo, uma das que formam o Sistema
Cantareira.
No fim de março, quando divulgou
queda de R$ 1 bilhão nos lucros, por causa da crise, a Sabesp já havia
anunciado uma redução de 26% nos investimentos para este ano, de R$ 3,2 bilhões
para R$ 2,36 bilhões, em relação ao valor aplicado no ano passado. Na ocasião,
a companhia informou que para garantir “as obras necessárias para manter a
segurança hídrica” na Grande São Paulo, prioridade da empresa, reduziria em 55%
os investimentos em coleta e tratamento de esgoto.
Agora, Affonso disse que a
“frustração” da Sabesp com o reajuste extraordinário de 15,2% na conta,
aprovado pela agência reguladora no início deste mês, levará a novos cortes. A
empresa queria um aumento de 22,7%. “Não é possível a Sabesp manter o nível de
investimento projetado se há uma frustração de receita em relação à revisão
tarifária e se as condições macroeconômicas todas pioraram”, afirmou.
Questionado sobre quais ações e
obras sofrerão com o corte, ele disse que a definição ainda está em estudo. No
início do mês, o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, já havia dito que o
reajuste abaixo do esperado levaria ao adiamento de obras, sem detalhes.
Segundo a Sabesp, os cortes em
áreas consideradas menos prioritárias no cenário de crise visam a “garantir a
prestação de serviço de água em São Paulo” com as obras emergenciais em
construção, que devem custar, apenas neste ano, cerca de R$ 300 milhões. A
principal delas é a ligação dos Sistemas Rio Grande, braço limpo da Represa
Billings, e Alto Tietê, para conseguir tratar e transferir mais 4 mil litros
por segundo de água para regiões ainda atendidas pelo Sistema Cantareira.
Orçada em R$ 130 milhões, a obra na
Billings teve início neste mês, após três meses de atraso, e é considerada a
principal medida para evitar o rodízio no abastecimento, que seria de 5 dias
sem água e 2 com, restrito à região do Cantareira, conforme plano de
contingência elaborado pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB). Segundo Kelman,
contudo, o rodízio está descartado neste ano.
Autarquias
Por causa da crise, a empresa de
saneamento da cidade de Guarulhos, que adotou racionamento há mais de um ano, após
sofrer redução no volume de água do Cantareira vendido pela Sabesp, também
reduziu os investimentos previstos para este ano. Já as autarquias de Campinas,
Mauá e Santo André, grandes cidades que também sofrem com a estiagem,
informaram que mantiveram o cronograma de investimentos. (OESP)
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