quinta-feira, 7 de maio de 2015

Existe o ‘bem comum’

Existe o “bem comum” a todos ou existem apenas interesses de categorias profissionais, classes sociais, culturais, étnicos, religiosos? Quando se discute a economia do país há interesses comuns a todos ou apenas conflitos de interesses?
Em comentário no site Sul 21, Jorge Nogueira diz que “trata-se dos interesses de classes próprias e antagônicas e não de maniqueísmo bem contra o mal. Há empresários bons e ruins, trabalhadores bons e ruins, mas essas características pessoais são suplantadas pelo funcionamento do mercado capitalista. Os empresários desejam pagar o mais baixo possível e os trabalhadores elevar seus salários, já havia reconhecido Adam Smith. O empresário bonzinho que não levar em conta a concorrência do mercado e não atuar para reduzir seus custos de produção, o que inclui reduzir salários e dispensar mão de obra, irá à falência”.
No século XXI vivemos a crise climática e a da água, o aquecimento global e a poluição das águas estão tornando o planeta inviável para a vida de todos, aumentam tumores, alergias, doenças urbanas. Outras situações desafiam a lógica tradicional e o protótipo de um novo paradigma é o Google, tido como o melhor emprego do mundo, onde seus funcionários tem uma série de regalias para lhes inspirar na criatividade e produtividade. Há conceitos surgindo como o de “capital intelectual” e através da internet e novas mídias surgem novas formas de negócios, de trabalho, de interação e participação social, econômica e política. A imagem não só das pessoas, como também das empresas, passa a ter valor de acordo com o modo como essa se relacionar não só com seus funcionários, mas também com a sociedade em geral.
O governo brasileiro, que vem sofrendo críticas duras da grande mídia, tem se defendido às vezes com a teoria de que fere interesses de classes – o que sempre é uma boa justificativa porque baseada em fatos reais, mas nem sempre é sincera. Porque vivemos a quarta gestão de um governo que se elegeu com um discurso para o “bem comum” afirmando que a vida poderia melhorar para todos, do operário ao empresário, expectativa a que de fato pareceu corresponder nas duas primeiras gestões, com benefícios econômicos para todas as classes sociais.
André Singer formulou isso no livro “Os sentidos do lulismo” onde expôs a proposta de um governo que estimule os setores “produtivistas” em contraste com os “rentistas”, da mera especulação financeira. Se essa aliança de setores empresariais de portes diversos, de trabalhadores assalariados e classes médias, de diversos segmentos sociais enfim, pode funcionar durante pelo menos uma década, não seria a comprovação de que pode existir um “bem comum”? A agora vivemos a quebra disso, ou desvios no exercício do poder? O “bem comum” é o desafio do século XXI. (ecodebate)

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