Após 3 altas, diferença entre
a quantidade de água que entrou e saiu foi negativa em 2.000 l/s.
Após
três meses consecutivos no azul, o Sistema Cantareira voltou a registrar
déficit no seu estoque de água em maio. Boletim divulgado pela Agência Nacional
de Águas (ANA) mostra que a diferença entre o volume que entrou e o que saiu do
manancial no segundo mês seco do ano ficou negativa em 2 mil litros por
segundo, o equivalente ao consumo de 800 mil pessoas – uma cidade do porte de
São Bernardo do Campo – na atual situação de racionamento na Grande São
Paulo.
Os
números revelam que a queda do Cantareira em maio (5,3 bilhões de litros a
menos) foi motivada por dois fatores. Primeiro, a vazão afluente ao sistema
(água que chega nas represas pelos rios e pela chuva) foi 31,7% menor do que em
abril, que já havia sido extremamente seco (10,6 mil l/s ante 15,6 mil l/s).
Por outro lado, a quantidade de água retirada dos reservatórios foi 3,7% maior
(12,6 mil l/s ante 12,2 mil l/s), por causa do volume liberado para o interior,
que dobrou no período.
A
situação fica ainda mais crítica porque, pelo segundo mês seguido, o volume de
água que entrou nos reservatórios ficou mais de 60% abaixo da média histórica
mensal e muito próxima do recorde negativo registrado em 2014, o ano mais seco
em 84 anos.
Manancial
Déficit
registrado no mês equivale ao consumo de água de 800 mil pessoas.
Em
maio do ano passado, a vazão afluente foi de apenas 7,3 mil l/s. Como a
retirada atingiu 23,3 mil l/s, o déficit chegou a 42,9 bilhões de litros no mês
em que a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) começou
a captação do volume morto.
Historicamente,
o sistema recebe em junho um volume de água 8,6% menor do que em maio. A queda
na vazão persiste até agosto, o mês mais seco do ano, e só volta a subir a
partir de setembro. Neste mês, porém, a Sabesp terá de aumentar, se necessário,
a vazão liberada para o interior em até 107% (de 1,7 mil para 3,5 mil l/s) por
determinação da ANA e do Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo
(DAEE), órgãos reguladores do manancial.
A
medida atende ao pleito das cidades da região de Campinas, onde 5,5 milhões são
abastecidos pelos rios que saem dos reservatórios operados pela Sabesp. Nos
meses de estiagem, a vazão dos rios cai, sendo necessário aumentar a liberação
de água das represas. Isso deve fazer com que o estoque caia em uma velocidade
maior em junho do que foi em maio.
Obras
Neste
mês, a Sabesp pretende concluir duas obras para reduzir a dependência da região
metropolitana em relação ao manancial em crise. A primeira é a transposição de
1 mil l/s do Rio Guaió para o Sistema Alto Tietê e a segunda é a ampliação da
capacidade de produção do Sistema Guarapiranga de 15 mil para 16 mil l/s.
A
partir de setembro, a Sabesp deverá reduzir o limite de captação do Cantareira
dos atuais 13,5 mil l/s para 10 mil l/s. Para cumprir a norma sem ter de
decretar rodízio, a Sabesp terá de concluir a obra de transposição de 4 mil l/s
do Sistema Rio Grande, braço limpo da Billings, para o Alto Tietê. Prometida
para maio, a obra está três meses atrasada.
Abastecimento
Abastecimento
Após registrar 3 altas
seguidas, Sistema Cantareira fecha mês de maio no vermelho. (OESP)
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