Governo
recua de compromisso sobre limite de emissões de gases de efeito estufa
Passados
⅔ do mês de maio, saudamos o anúncio do Brasil, contido na declaração conjunta
com a China sobre mudanças climáticas, que revelava a sua “intenção de
estabelecer um limite superior para suas emissões de gases de efeito estufa
(GEE) em 2030”.
Este
sinal sobre o grau de ambição da contribuição brasileira (INDC) era importante
para o esforço global de redução de emissões a ser estabelecido no novo acordo
global sobre mudanças do clima, em gestação para aprovação no final do ano, na
COP 21 em Paris.
Qual
não foi a surpresa de todos quando, horas depois da publicação da declaração
conjunta, o documento se apresentava alterado e, sem nenhuma explicação. A
declaração anterior foi substituída por outra na página do Itamaraty, sem
referência ao compromisso brasileiro.
Segundo
fontes que participaram das negociações, a retirada foi resultado da
interferência pessoal da Presidente Dilma, o que torna o fato ainda mais
preocupante. Se nem um compromisso vago – com limite superior de emissões em
2030 – é aceito, o que devemos esperar da INDC brasileira? A repetição de um
desvio de curva de tendência de emissões? Seria deslocar o Brasil da liderança
em uma economia de baixo carbono.
O
que o episódio mostra é que tem gente dentro do governo com o olhar sintonizado
com as necessidades globais e que busca um maior grau protagonismo e ambição do
Brasil na agenda climática, mas não parece ser os que mais recebem atenção e
consideração da Presidente.
Uma
pena! (abril)
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