Pesquisadores
avaliarão impactos ambientais da lama da barragem da Samarco no oceano
O
navio de pesquisas Vital de Oliveira, comprado este ano pela Marinha, chegou em
24/11/15 à tarde em Vitória (ES) para reforçar as equipes que estão verificando
os impactos da lama de rejeitos de mineração na fauna e na flora das áreas
oceânicas atingidas em 22/11/15.
O
pró-reitor de pesquisas da Ufes, Neyval Reis, diz que ainda é cedo para estimar
os estragos ambientais, sociais e econômicos da lama que atingiu o oceano.
A
expectativa é que os equipamentos a bordo do navio, com previsão de atuar na
foz do Rio Doce, no município de Linhares (ES), permitam a caracterização
física, química, biológica e geológica da região nas próximas semanas.
Além
dos pesquisadores da Marinha, o navio receberá técnicos do Instituto Estadual
de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Espírito Santo (IEAPM) e da
Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
O
Vital vai se juntar amanhã a mais duas embarcações da Marinha que estão na
região, a fragata Rademaker, que está a cerca de 18 quilômetros da costa da
praia de Regência e aguarda os resultados de testes com coletas da água, e o
rebocador de alto-mar Tridente, que chegou em 23/11/15.
O
pró-reitor de pesquisas da Ufes, Neyval Reis, disse que ainda é cedo para
estimar os estragos ambientais, sociais e econômicos da lama que atingiu o
oceano. “Naquele primeiro momento após o acidente, emergencialmente, os nossos
especialistas fizeram uma atividade de assessoria e apoio técnico aos órgãos
que estão cuidando do problema. Agora estamos começando a ter algumas amostras
coletadas pela própria universidade e vamos começar a fazer análises”, disse.
Reis
informou que a Ufes oficializou hoje a criação de um grupo de 79 pesquisadores
que vão atuar no caso. Eles foram divididos em três grupos. Um vai fazer o
monitoramento ambiental e propor ações de remediação dos estragos e será
composto por especialistas em engenharia ambiental, tratamento e qualidade da
água, tratamento de resíduos, fauna e flora, oceanografia, entre outros.
O
segundo grupo vai avaliar os impactos sociais do acidente e é composto por
economistas, antropólogos, profissionais de saúde e especialistas em gestão
pública. O terceiro grupo é de comunicação e gestão institucional e vai
sistematizar as demandas e os resultados das pesquisas entre os órgãos e
técnicos.
A
mancha
A
mineradora Samarco, que tem como acionistas a Vale do Rio Doce e a BHP
Billiton, informou que prossegue usando 9 quilômetros de barreiras de contenção
para proteger as áreas mais sensíveis do estuário localizado em Regência,
distrito de Linhares (ES). A empresa disse, por meio de nota, que “a pluma de
turbidez está a aproximadamente 12 km da boca do rio de Regência ao alto mar,
cerca de 15 km da boca do rio ao Norte e 7 km para o Sul”.
Pesquisadores
da Marinha atuarão em parceria com técnicos do Instituto Estadual de Meio
Ambiente e Recursos Hídricos do Espírito Santo e da Universidade Federal do
Espírito Santo.
Ainda
de acordo com a Samarco, no monitoramento da manhã de 24/11/15, a eficiência
das barreiras instaladas nas áreas protegidas variou de 47% até 91%, se
comparado a turbidez da água de dentro do estuário ao canal principal do rio.
Procurada
pela Agência Brasil, a assessoria de imprensa da empresa disse
que está cuidando do recolhimento das espécies mortas da fauna. A ação é uma
demanda estabelecida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) para evitar a geração de odor e a
proliferação de vetores.
“Nos
locais onde se identificou morte de peixes, uma empresa especializada, em
conjunto com pescadores da região, está recolhendo as espécies, em atendimentos
às determinações das autoridades competentes e armazenando-as em bombonas, para
posterior destinação em local devidamente habilitado para recebê-los”,
informaram, sem dizer quantos quilos de peixes já foram recolhidos.
A
prefeitura de Linhares (ES) interditou as praias de Regência e Povoação após a
chegada da lama do rompimento de barragem em Mariana (MG) no mar. A prefeitura
espalhou placas ao longo das praias informando que a água está imprópria para o
banho.
O
rompimento da barragem da Samarco em Mariana (MG) em 05/11/15, liberou cerca de
62 milhões m3 de rejeitos de mineração no meio ambiente. (ecodebate)
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