É assim que o Rio ficará se a
temperatura subir 4º C.
Estudo do instituto Climate
Central mostra que caso o efeito estufa não seja contido, o nível das águas
subirá, em média, 8,9 metros.
Veja como ficarão cidades costeiras após o aumento do
nível do mar.
Rio de Janeiro após aumento de 4ºC
na temperatura global.
Investigadores norte-americanos consideraram que o
efeito das alterações climáticas pode levar ao desaparecimento, em longo prazo,
de grandes cidades como Xangai, Bombaim e Hong Kong, mesmo se o aquecimento
global for limitado a 2ºC.
O estudo do instituto Climate Central, divulgado em
08/11/15 à noite e três semanas antes da Conferência do Clima das Nações Unidas
(COP 21), indica que com mais 2ºC, o nível da água do mar continuará a subir e
pode encobrir territórios onde vivem atualmente 280 milhões de pessoas.
Se o aumento na temperatura for de 4ºC, o fenômeno vai
ameaçar 600 milhões de habitantes. "Um aquecimento de 2ºC representa uma
ameaça à existência, em longo prazo, muitas grandes cidades e regiões
costeiras", disse Ben Strauss, um dos autores do estudo.
Londres após aumento de 4ºC na
temperatura global.
Mas as medidas tomadas para reduzir rápida e
drasticamente as emissões de gases de efeito de estufa, que alteram o clima,
podem fazer a diferença: "Ainda temos diante de nós um amplo leque de
escolhas", acrescentou o pesquisador.
Se as emissões de gases de efeito de estufa
continuarem a aumentar, levando a um aquecimento de 4ºC, o nível das águas
subirá, em média, 8,9 metros, mostra o estudo. Com um aquecimento de 3ºC, o
nível da água do mar subirá 6,4 metros, cobrindo áreas com mais de 400 milhões
de habitantes.
Com 2ºC, o mar subiria 4,7 metros e duas vezes
menos pessoas seriam afetadas. Com uma elevação de 1,5°C na temperatura –
objetivo exigido pelas nações mais vulneráveis como os pequenos Estados
insulares, as águas subiriam 2,9 metros e a população afetada ficaria em torno
de 137 milhões de pessoas.
Xangai após aumento de 4ºC na temperatura
global.
A China será o país mais afetado: com 4ºC, a subida
das águas afetará uma área onde vivem atualmente 145 milhões de pessoas, de
acordo com este estudo que não avalia a evolução demográfica, nem a construção
de infraestruturas, como diques.
Outros países serão particularmente afetados: Índia,
Bangladesh, Vietnã, Indonésia, Japão, Estados Unidos, Filipinas, Egito, Brasil,
Tailândia, Birmânia e Holanda. Entre as principais cidades contam-se Hong Kong,
Calcutá, Dacca, Jacarta, Xangai, Bombaim, Hanói, Rio de Janeiro, Buenos Aires,
Nova Iorque e Tóquio.
No site do Climate Central é possível ver imagens com
projeções do impacto da elevação do nível do mar em várias cidades costeiras,
inclusive o Rio de Janeiro.
Sydney após aumento de 4ºC na
temperatura global.
As projeções levam em consideração a dilatação do
oceano quando aquecido, o degelo de geleiras e a degradação das calotas polares
da Groelândia e da Antártida, irreversível a partir de um determinado ponto.
Essa elevação será diferente em cada uma das regiões.
"Na maioria dos casos, ela pode traduzir-se num centímetro por século, mas
os deltas e as zonas urbanas" são mais vulneráveis, especificamente,
porque estão menos protegidos pelos sedimentos. O estudo baseia-se em dados de
satélites sobre o nível dos oceânicos.
Steven Nerem, da Universidade do Colorado (EUA)
analisou a metodologia do estudo e concluiu que existem "alguns erros em
locais”, mas considerou ser “o melhor que se pode fazer com os dados públicos
disponíveis".
Nova York após aumento de 4ºC na
temperatura global.
Jean-Pascal van Ypersele, do grupo internacional de
peritos sobre o clima (GIEC), afirmou tratar-se de "um estudo
sólido". Para o oceanógrafo Ben Marzeion, da Universidade de Bremen
(Alemanha), os dados apresentados no estudo "podem representar um incrível
fardo para muitas gerações futuras".
A temperatura do planeta subiu, desde a Revolução
Industrial, 0,8ºC, um ritmo inédito provocado pela emissão de gases de efeito estufa.
A comunidade internacional fixou o objetivo de manter
a alta da temperatura abaixo dos 2ºC e deve se reunir em 30 de novembro, em
Paris, para tentar concluir um acordo universal que permita alcançar essa meta.
(yahoo)
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