O
rascunho do texto da Conferência realizada em Bonn pelos negociadores foi
criticada de forma construtiva até mesmo pelo órgão das Nações Unidas, UNFCCC,
mais precisamente por Christiana Figueres, Secretária Executiva do UNFCC (United
Nations Framework on Climate Change). Segundo ela o texto está claro, conciso,
concreto, porém ainda não está abrangente.
Por
que não está abrangente? Segundo Yassen Tcholakov, do Grupo Jovem Consultivo
Canadense da UNESCO, ‘no rascunho do texto estavam faltando muitas partes que
foram classificadas como essenciais previamente pelas Partes (países)’.
Uma
falha foi a não inclusão do AF (Fundo de Adaptação), como instrumento do
Mecanismo Financeiro. O lado positivo é que isso já foi consertado nas últimas
inserções. Eu não consegui mais informações a respeito da falta de abrangência
do último rascunho, porém encontrei uma nova informação positiva e outra
negativa.
O
Fundo de Adaptação é um dos meios para auxiliar no combate ao aquecimento
global que mais tem progredido. Tem financiado 50 projetos de pequena escala
para adaptação, autorizou a implementação de 20 entidades nacionais e está
ajudando a formar pessoas capacitadas na área.
Mesmo
na atual crise global o Fundo recebeu 15 propostas de auxílio no último
encontro, um número nunca visto antes para esse Fundo. O projeto, porém, tem
como objetivo arrecadar 100 milhões de dólares até a COP21, o que eu creio
estar longe de alcançar.
Apesar
dos resultados positivos serem significativos, a COP21 será financiada por
grandes e poluidoras corporações. Não deveria ser assim, mas é, e isso é um
impasse para qualquer bom negociador: como lutar contra alguém que financia
tudo o que você está fazendo? Um golpe de mestre por parte das corporações.
Maquiavel iria adorar a estratégia.
Quais
empresas estão financiando e são poluidoras em alto grau?
Électricité
de France e as operações de Engie em relação ao carvão contam aproximadamente
por ‘somente’ metade das emissões energéticas francesas.
Acredito
que a pressão popular seja de fato a única arma que possui verdadeiramente o
poder de mudar o jogo, ainda mais em um país como a França, reconhecido por sua
histórica luta por direitos. Será que precisaremos de um novo Robespierre?
Realmente
desejo que não cheguemos a esse dramático ponto. (ecodebate)
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