El Niño
traz insegurança alimentar e deixa o mundo em ‘território inexplorado’, adverte
a ONU.
Representante
das Nações Unidas sublinha a necessidade de agir para mitigar os impactos do
fenômeno e expressa preocupação particular sobre as regiões da América do Sul e
Central, a região do Pacífico e África Oriental e do Sul.
Ressaltando
os impactos variados e devastadores do fenômeno climático El Niño, o
subsecretário-geral das Nações Unidas para Assuntos Humanitários, Stephen
O’Brien, chamou a comunidade internacional a ajudar as milhões de pessoas que
estão enfrentando insegurança alimentar.
“A força
do atual El Niño tem deixado o mundo em território inexplorado”, declarou
O’Brien, sublinhando que, o fato de o fenômeno não ser causado pelas mudanças
climáticas, mas estar acontecendo em um contexto de aquecimento global, torna
os efeitos do El Niño menos previsíveis.
Para ele,
a estimativa de que o fenômeno reduza sua intensidade nos primeiros meses de
2016 “não significa que o perigo tenha passado”, destacando que o El Niño pode
ser seguido por outro, o “La Niña”, que, ao contrário do primeiro, é
caracterizado pelo esfriamento das águas superficiais nas regiões do Oceano
Pacífico, que causa alterações na média pluvial.
“Os
impactos, especificamente na segurança alimentar, podem durar dois anos”,
afirmou o subsecretário-geral para Assuntos Humanitários, que expressou
preocupação particular a respeito dos países da América do Sul e Central, a
região do Pacífico e África Oriental e do Sul.
Na região
da América Latina e Caribe, Honduras, Guatemala, El Salvador e Haiti estão em
situação de maior vulnerabilidade, destacou O’Brien. A redução na média de
chuvas, entre março a setembro de 2015, levou a perdas significativas no
cultivo e desencadearam na necessidade de ajuda alimentar para milhões de
pessoas.
“Mais de
4,2 milhões de pessoas na América Central, incluindo 3,5 milhões em Honduras,
Guatemala e El Salvador são afetadas por uma das mais severas secas na história
da região, o que tem probabilidade de aumentar a intensidade até março deste
ano”, ele explicou, acrescentando que no Haiti, cerca de 3 milhões de pessoas –
o que representa 30% da população – sofrem com insegurança alimentar, com 800
mil delas em situação grave, precisando urgentemente de assistência.
A região
em geral está sob risco de efeitos devastadores no setor agrícola, incluindo
inundações, deslizamentos de terra e secas, que podem levar a incêndios
florestais.
Na região
do Pacífico, as secas estão afetando cerca de 3,5 milhões de pessoas. O El Niño
tem aumentado as chances de furacões e ciclones.
Na África
Oriental, ele destacou a Etiópia como o mais afetado entre os países,
enfrentando a pior seca em 30 anos. “As necessidades humanitárias mais que
triplicaram no ano passado”, afirmou O’Brien.
Ele
enfatizou que crises anteriores mostraram que ações antecipadas são
fundamentais para reduzir a vulnerabilidade e a necessidade de assistência
humanitária. Segundo O’Brien, os planos de resposta para os países afetados
seguem subfinanciados e mais contribuições serão necessárias. (ecodebate)
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