“A natureza não depende dos
seres humanos. Os seres humanos dependem da natureza”. Conservation
International
O Holoceno foi um período de estabilidade climática. Holoceno é um termo geológico para definir o período que se estende desde 10 mil anos atrás – quando terminaram os efeitos da última glaciação – até a contemporalidade. A população humana no início desse período era de cerca de 5 milhões de habitantes (menor do que o número atual de moradores da cidade do Rio de Janeiro). Mas o Holoceno propiciou as condições climáticas para o desenvolvimento da humanidade, pois foi neste período que as populações começaram a expandir as atividades agrícolas, a domesticação dos animais e a construção de cidades. Foi também o período em que as migrações se ampliaram por todos os cantos do Planeta, em várias ondas sucessivas de globalização.
Depois
da Revolução Industrial e Energética iniciada na segunda metade do século
XVIII, o volume da presença humana no Planeta aumentou de forma exponencial.
Nos 240 anos entre 1776 a 2016, a população mundial cresceu 9,5 vezes e a
economia global multiplicou por cerca de 125 vezes. A concentração de gases de
efeito estufa na atmosfera passou de 280 partes por milhão (ppm) para mais de
400 ppm em 2015. Isto deslanchou um processo de aquecimento global que está
mudando toda a composição química do Planeta, afetando o clima, acidificando os
oceanos e afetando os ecossistemas.
As
atividades humanas se tornaram tão volumosas que equivalem a uma força
geológica. Por conta disso, o químico e prêmio Nobel, Paul Crutzen, passou a
usar o termo Antropoceno, que é uma combinação dos termos gregos anthropo- (que
significa humano) e -ceno que significa “novo”. Todas as épocas da Era
Cenozoica terminam em -ceno. Crutzen diz que a intervenção humana no planeta
avançou em tal ordem, que está se tornando um novo período geológico.
Nota-se
na figura abaixo que o clima variou bastante nos últimos 3 milhões de anos, mas
quase sempre abaixo da média da temperatura atual. O homo sapiens surgiu há 200
mil anos, época de alta variabilidade climática. Por volta de 30 mil e 12 mil
anos houve um forte glaciação, o que levou ao desaparecimento do homem de
Neardenthal. Porém, no Holoceno (de 10 mil anos atrás até meados do século XX),
o clima ficou estável, com pequena variação de 0,5oC para cima ou para baixo,
em relação à temperatura média dos 10 milênios.
O período mais frio do Holoceno ocorreu na chamada “pequena era do gelo medieval” que ocorreu entre os séculos XV e XVIII. Entre o século XIX e metade do século XX a temperatura subiu ligeiramente. Mas no Antropoceno a temperatura do Planeta disparou. O ano de 1908 teve uma temperatura 0,44°C abaixo da média do século XX. A temperatura de 1975 ficou exatamente na média do século. Mas a partir daí o aquecimento se acelerou. O ano de 1998 foi o mais quente do século XX, com temperatura 0,63°C acima da média secular.
Todavia, o ritmo acelerado aumentou ainda mais no século XXI. O ano de 2015 foi o mais quente na série que começou em 1880, atingindo uma temperatura de 0,9°C acima da média do século passado. Esse aumento acendeu uma luz vermelha e assustou os cientistas. Mas o aquecimento aumentou de forma surpreendente em 2016. As anomalias foram de 1,04°C em janeiro, de 1,21°C em fevereiro, de 1,22°C em março, de 1,1°C em abril e 0,95º C, em maio de 2016. Na média dos 5 primeiros meses de 2016 a anomalia ficou em 1,1º C, bem acima de tudo que já foi registrado desde 1880.
O período mais frio do Holoceno ocorreu na chamada “pequena era do gelo medieval” que ocorreu entre os séculos XV e XVIII. Entre o século XIX e metade do século XX a temperatura subiu ligeiramente. Mas no Antropoceno a temperatura do Planeta disparou. O ano de 1908 teve uma temperatura 0,44°C abaixo da média do século XX. A temperatura de 1975 ficou exatamente na média do século. Mas a partir daí o aquecimento se acelerou. O ano de 1998 foi o mais quente do século XX, com temperatura 0,63°C acima da média secular.
Todavia, o ritmo acelerado aumentou ainda mais no século XXI. O ano de 2015 foi o mais quente na série que começou em 1880, atingindo uma temperatura de 0,9°C acima da média do século passado. Esse aumento acendeu uma luz vermelha e assustou os cientistas. Mas o aquecimento aumentou de forma surpreendente em 2016. As anomalias foram de 1,04°C em janeiro, de 1,21°C em fevereiro, de 1,22°C em março, de 1,1°C em abril e 0,95º C, em maio de 2016. Na média dos 5 primeiros meses de 2016 a anomalia ficou em 1,1º C, bem acima de tudo que já foi registrado desde 1880.
Tudo
indica que o ano de 2016 será o mais quente desde 1880. Será a primeira vez que
as temperaturas sobem por três anos seguidos. O calor bateu todos os recordes
em maio de 2016 na Groenlândia e, numa situação extrema, o derretimento de todo
o gelo pode fazer o nível dos oceanos subir 6 metros.
Os níveis de dióxido de carbono sobre a Antártida cresceram 2,6% nos últimos seis anos e atingiram o patamar de 400 partes por milhão (ppm). Um recorde histórico. Numa situação extrema, o derretimento de todo o gelo da Antártida pode fazer o nível dos oceanos subir 70 metros, inundando imensas áreas agrícolas e a maioria das cidades costeiras.
Os níveis de dióxido de carbono sobre a Antártida cresceram 2,6% nos últimos seis anos e atingiram o patamar de 400 partes por milhão (ppm). Um recorde histórico. Numa situação extrema, o derretimento de todo o gelo da Antártida pode fazer o nível dos oceanos subir 70 metros, inundando imensas áreas agrícolas e a maioria das cidades costeiras.
Neste
ritmo, o impacto na economia mundial será desastroso. Por exemplo, o
aquecimento acelera o degelo do Ártico liberando o gás metano do permafrost
(solo permanentemente congelado) da Sibéria e Alasca. O gás deve acelerar o
aquecimento global e contribuirá para piorá-lo. Segundo os estudos econômicos,
a emissão de 50 bilhões de toneladas de metano aprisionados na região causaria
um aumento de 15% no impacto financeiro descrito no relatório Stern, que
estimava em US$ 400 trilhões a perda econômica gerada pelo aquecimento até
2100.
Os
cientistas estão alertando para o estado de emergência climática. Artigo de
Damian Carrington (The Guardian, 17/06/2016) diz: “A série de recordes globais
quebrados, particularmente o extraordinário calor ocorrido em fevereiro e março
de 2016, provocou uma reação impressionante de cientistas do clima, que estão
alertando que a mudança climática atingiu níveis sem precedentes e não é mais
apenas uma ameaça para o futuro.
Juntamente com o aumento das temperaturas, outros recordes são quebrados em todo o mundo, como o degelo do Ártico, uma seca lancinante na Índia e o branqueamento da Grande Barreira de Corais. “O Reino Unido tem experimentado inundações recorde que devastaram comunidades em todo o país e os cientistas preveem que as inundações vistas na Europa vão aumentar no futuro”.
O ser humano não está preparado para grandes variabilidades climáticas. Assim, o aquecimento global acelerado pode levar a uma grande crise econômica, social e ambiental (além de uma grande extinção em massa de espécies). O aumento da temperatura já está agendado e, no ritmo atual, será difícil de ser evitado. O pior é que não há para onde fugir, pois só existe um Planeta com vida no sistema solar. Depois do Antropoceno, a Terra pode ficar parecida com Marte e não haverá marcianos para nos salvar. (ecodebate)
Juntamente com o aumento das temperaturas, outros recordes são quebrados em todo o mundo, como o degelo do Ártico, uma seca lancinante na Índia e o branqueamento da Grande Barreira de Corais. “O Reino Unido tem experimentado inundações recorde que devastaram comunidades em todo o país e os cientistas preveem que as inundações vistas na Europa vão aumentar no futuro”.
O ser humano não está preparado para grandes variabilidades climáticas. Assim, o aquecimento global acelerado pode levar a uma grande crise econômica, social e ambiental (além de uma grande extinção em massa de espécies). O aumento da temperatura já está agendado e, no ritmo atual, será difícil de ser evitado. O pior é que não há para onde fugir, pois só existe um Planeta com vida no sistema solar. Depois do Antropoceno, a Terra pode ficar parecida com Marte e não haverá marcianos para nos salvar. (ecodebate)
Nenhum comentário:
Postar um comentário