Preservação e regeneração de florestas secundárias e os
efeitos do aquecimento global
Pesquisa indica que preservação e regeneração de florestas
secundárias podem mitigar os efeitos do aquecimento global.
“Science”
publica pesquisa de docente da UFSB que mostra que preservação e regeneração de
florestas secundárias podem mitigar os efeitos do aquecimento global.
O
estudo internacional é assinado por 60 cientistas, e um deles é o professor
Daniel Piotto, pesquisador e docente na Universidade Federal do Sul da Bahia
(UFSB)
Um
artigo publicado na revista Science Advances em 13/05/16 traz dados sobre o
potencial de sequestro de carbono em florestas secundárias em 43 regiões da
América Latina. O estudo internacional é assinado por 60 cientistas, e um deles
é o professor Daniel Piotto, pesquisador e docente na Universidade Federal do
Sul da Bahia (UFSB).
O
trabalho estimou as áreas com menos de mil metros de altitude cobertas por
florestas secundárias (entre 0 e 60 anos de idade) em 43 regiões da América
Latina. Com isso, a equipe calculou o potencial de estoque de carbono nessas
florestas jovens, criando uma projeção assumindo que essas matas sejam mantidas
intactas nos próximos 40 anos. “Estoque de carbono”, neste caso, indica o
acúmulo desse elemento em raízes, tronco, galhos e folhas das árvores ao longo
da vida. Isso ocorre por meio do processo de fotossíntese, durante o qual os
vegetais “consomem” dióxido de carbono, o gás carbônico, e liberam oxigênio.
Dentre
os países estudados, o Brasil lidera em termos de potencial de sequestro de
carbono em florestas secundárias, detendo 71% do total estimado, seguido pelo
México, Colômbia, Venezuela, Bolívia e Peru. Os dados se referem a áreas
florestais e campos agrícolas abandonados, conforme medição em 2008.
A
projeção apresentada no estudo considera que, se essas florestas secundárias
forem totalmente preservadas, o total de dióxido de carbono, ou gás carbônico,
retirado da atmosfera em 2048 por essas matas equivaleria a todas as emissões
desse gás, da queima de combustíveis fósseis aos processos industriais, em
todos os países da América Latina e do Caribe de 1993 a 2014 – um total de 22
anos de lançamento massivo de carbono em mais de 30 países.
A
regeneração de florestas ajuda a reduzir a quantidade de gás carbônico na
atmosfera, mas não o bastante para retirar a necessidade de redução das
emissões de gases de efeito estufa. Além disso, áreas de floresta contribuem
para a regulação do ciclo hidrológico. Isso implica, entre outros benefícios, a
regulação de regimes de chuvas, o que interessa a todos, no meio rural e nas
cidades. (ecodebate)
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