Estudo revela que grande parte dos processos ecológicos já passa por mudanças para se adaptar ao aquecimento global. "Há impacto nas características físicas e fisiológicas de espécies", diz pesquisador.
Seca desaparece com rio no Paraguai.
A maioria dos seres vivos da Terra já está sendo
de alguma foram afetada pelo aquecimento global, mesmo com aumento da
temperatura de apenas 1°C em relação aos níveis da era pré-industrial, afirma
um estudo publicado em 11/11/16 na revista Science.
Pesquisadores americanos constataram que 82% de
processos ecológicos fundamentais, incluindo a diversidade genética e modelos
migratórios, já sofreram mudanças devido ao aquecimento global. Esses efeitos
são sentidos em ambientes aquáticos e terrestres.
"Sabemos agora que, com um aquecimento global
de 1°C, impactos importantes já são sentidos", diz o professor da
Universidade da Flórida Brett Scheffers, um dos autores do estudo.
"Esses impactos abrangem mudanças genéticas
individuais, alterando características físicas e fisiológicas de espécies, como
tamanho do corpo, e movendo espécies para regiões inteiramente novas",
acrescentou o especialista.
Grande parte das espécies está passando por um
processo de evolução para se adaptarem a temperaturas extremas e às mudanças
climáticas. Especialistas afirmam que essas alterações afetarão os humanos
causando surtos de doenças, modificando o crescimento de alimentos e reduzindo
a produtividade da pesca e, dessa forma, colocando em risco a segurança
alimentar.
O estudo analisou 94 processos ecológicos e
alertou que, quanto maior as mudanças nos ecossistemas, menos provável será sua
capacidade de defesa contra efeitos severos das mudanças climáticas.
Por exemplo, florestas doentes não conseguirão
absorver grandes quantidades de carbono. O aumento de temperatura dos oceanos
também elevará a temperatura global e o nível do mar. Enchentes e ciclones
ficarão mais fortes.
"Estamos simplesmente espantados com o nível
de mudanças que observamos. A comunidade científica ainda não as
esperava", destacou James Watson, da Universidade de Queensland e também
autor da pesquisa. "Não é mais sensato considerar isso uma preocupação do
futuro e, se não agirmos para cortar emissões de gases do efeito estufa, todo
ecossistema na terra mudará fundamentalmente em breve."
Alarmantes mortes em massa de animais.
Tragédia no Rio de Janeiro
Somente este ano já foram registrados pelo menos 35 incidentes isolados de
mortandade de peixes. Mais de 33 toneladas de peixes mortos foram retirados da
Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro (foto), locação dos Jogos Olímpicos
de 2016. A poluição priva os animais do oxigênio de que necessitam para
sobreviver.
Alarmantes mortes em massa de animais
Pássaros famintos
A costa oeste da América do Norte registrou morte sem precedentes de
pássaros marinhos em 2015. Foram contadas até 10 mil aves tombadas. Depois de
descartados doenças e traumas, o aquecimento global foi responsabilizado. Em
fevereiro de 2016, recolheram-se por volta de 8 mil aves marinhas mortas no
Alasca. Elas morreram de fome – embora seu alimento principal seja peixe.
Alarmantes mortes em massa de animais
Herpes mortal em tartarugas
A ameaçada tartaruga-verde é uma das maiores tartarugas marinhas do mundo.
Um vírus fatal do herpes – que impede a visão, a alimentação e o movimento –
está afetando um crescente número desses animais. Os especialistas ainda estão
investigando por que e como o vírus está se espalhando. Mais uma vez, a
poluição e o aquecimento global parecem ser os principais culpados.
Alarmantes mortes em massa de animais
Antílopes quase extintos
No início do ano passado, cientistas estimaram que mais da metade de todos
os antílopes saiga, uma espécie seriamente ameaçada, tenham morrido em menos de
duas semanas. Os pesquisadores advertiram que a espécie estava sofrendo as
consequências das mudanças climáticas e poderia se extinguir no prazo de um
ano. Até agora, não houve relatos sobre novas mortes em massa.
Alarmantes mortes em massa de animais
Lulas em decomposição
No início de 2016, milhares de lulas gigantes foram encontradas mortas na
costa do Chile – para a preocupação dos moradores e de cientistas. Embora esse
fenômeno não seja novo na área, a enorme escala em que ocorreu é. Mais uma vez,
o aquecimento global e o El Niño parecem ser os mais prováveis responsáveis
pelas mortes.
Alarmantes mortes em massa de animais
Calor demais para morcegos
Em 2015, milhares de morcegos caíram do céu em Bhopal, na Índia. Um ano
antes, por volta de 100 mil dessas criaturas foram encontrada mortas no estado
de Queensland, na Austrália. As ruas, árvores e quintais estavam cobertos com
morcegos mortos ou moribundos. Esses mamíferos voadores são muito sensíveis ao
calor e não conseguem suportar temperaturas elevadas.
Alarmantes mortes em massa de animais
Baleias cometem suicídio
As baleias naturalmente encalham e morrem, mas a poluição e as mudanças
climáticas estão causando, provavelmente, um aumento desse fenômeno. Está
acontecendo em todo o mundo: na Alemanha, nos EUA, na Nova Zelândia. No Chile,
ao menos 400 baleias encalhadas foram registradas em 2015. Na foto, veem-se
algumas das 29 cachalotes que foram encontradas mortas no norte europeu desde o
início deste ano. (dw)
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