Nem
à esquerda, nem à direita, rumo à sustentabilidade. Essa nova teoria política
responde às necessidades do século XXI, o da crise climática e das metrópoles
urbanas, se distinguindo das receitas do neoliberalismo e do estatismo.
O
neoliberalismo, que sacraliza o livre mercado acompanhado de um “Estado
mínimo”, não atende às necessidades de preservação nem do patrimônio natural,
nem do patrimônio humano, social e econômico das sociedades contemporâneas. Na
crise financeira global de 2008, a economia internacional teve de ser salva por
intervenções estatais, com destaque para o governo americano que aumentou seu
poder de endividamento para socorrer o sistema financeiro.
O
estatismo, por outro lado, já evidenciou seus limites nas últimas décadas desde
a derrocada da União Soviética, do leste europeu, de Cuba e da tragédia social
vivida atualmente na Venezuela. O único regime político estatizado que vingou economicamente
foi a China e para isso ela se flexibilizou para o mercado, assumindo
característica peculiares e se encontrando ainda em evolução.
As
democracias ocidentais usam sustentabilidade na retórica, mas não inibem o
desmatamento nem a exclusão social. Com a globalização da economia, na Era do
Capitalismo Financeiro, esse se caracteriza pela volatilidade e o imediatismo,
ou seja, o mercado vai atrás do lucro instantâneo onde ele estiver. Projetos
que desmatam a Amazônia para plantar cana, mais a soja e a pecuária lá, agravam
a crise climática.
Também
nenhum modelo de estatismo teve compromissos com a sustentabilidade, em suas
dimensões econômica, social, ambiental, cultural, ética, política ou estética.
Um dos “gargalos” do crescimento chinês (tal como ocorrera com os europeus) é o
esgotamento dos seus recursos naturais, incluindo a crise hídrica.
Um
novo paradigma para o século XXI requer um novo papel do Estado e do “mercado”,
não como antagonistas, mas como complementares, bem como o protagonismo dos
organismos internacionais como ONU, UNESCO, OMC. Um exemplo “sustentabilista”
foi dado por Barack Obama e Xi Jinping, presidente americano e secretário geral
do PC chinês, ao assinarem esse ano um acordo de cooperação para reduzir a
emissão de carbono na atmosfera. Nesse acordo sino-americano não há supremacia
nem do “mercado” que move a economia americana nem da “economia estatal”
chinesa.
O
terceiro setor e a sociedade civil são importantes nesse novo modelo de
desenvolvimento, que não tem um Estado mínimo nem máximo, mas necessário. Um
Estado não meramente “indutor” do desenvolvimento, mas que emana da própria
sociedade e responde às necessidades de planejamento com visão estratégica para
dar respostas às questões do século XXI. (ecodebate)


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