Cientistas criam dispositivo
de baixo custo que purifica água
Desenvolvida por chineses e norte-americanos ideia
promete dar acesso de dezenas de milhões à água tratada.
Água potável para todos
Vista de longe, a superfície da Terra é composta, em
sua maior parte, por água. Cerca de 97% de toda a água do planeta encontram-se
nos oceanos. Mas se engana quem pensa que esse quadro poderá nos salvar de um
desastre, haja vista que apenas 3% de toda essa água é doce — único tipo de
água, diga-se de passagem, própria para o consumo, excetuando-se aquela
proveniente de fontes contaminadas.
Atualmente, 748 milhões de pessoas não têm acesso a
uma fonte de água segura, sendo que 1,6 bilhão de pessoas habitam regiões que
sofrem com a escassez desse precioso líquido ao menos uma vez ao ano. E a
tendência é piorar, uma vez que o aquecimento global derrete cada vez mais as
geleiras das regiões polares do planeta, enquanto rios — reservas de água
doce por excelência — viram depósito de esgoto em muitos centros urbanos.
De olho nessa situação, um projeto em parceria entre
pesquisadores norte-americanos e cientistas chineses desenvolveu um dispositivo
capaz de produzir água potável, possibilidade que, por si só, pode salvar
muitas vidas. Sua estrutura é tão simples que chega a ser desconcertante, o que
pode facilitar sua difusão e sua adoção mundo afora, principalmente por
sociedades mais pobres e vulneráveis.
Valendo-se do processo de evaporação da água, um dos
métodos mais eficazes de que se tem conhecimento para depurá-la, o dispositivo
criado pelos cientistas da Universidade de Buffalo (EUA) e de Fudan (China)
resume-se a uma caixa transparente acoplada a uma base preta que, à maneira de
um painel fotovoltaico, absorve os raios solares de maneira mais eficaz —
devido à sua cor escura — aquecendo a água imprópria que entra na caixa e
fazendo-a evaporar. Uma pequena mangueira lateral é responsável por captar essa
evaporação e conduzir a água, que se condensa rapidamente, para uma sacola à
parte. Cada equipamento desses é capaz de produzir 10 litros de água por dia, o
suficiente para suprir as necessidades mínimas diárias de uma família com
quatro pessoas.
Trata-se, sem dúvida, de um projeto de democratização
da sobrevivência, cujo acesso, tendo em vista a simplicidade e o baixo custo
dos materiais, torna-se viável sobretudo para comunidades pequenas e pobres.
Mas não só: a técnica pode ser aproveitada por exploradores e aventureiros que
se encontrem em regiões áridas ou sem acesso a água potável. Seu
aperfeiçoamento pode inclusive ajudar no atendimento do consumo urbano,
combinando-se a técnica a outras formas de captação, poupando mananciais em
épocas de estiagem. (yahoo)
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