Redução do nível de oxigênio nos oceanos ameaça vida
marinha, alerta estudo.
Um novo artigo publicado na revista Science mostra
que as concentrações de oxigênio no oceano estão caindo, não apenas como
resultado das mudanças climáticas, mas também da poluição. Tal fenômeno
representa uma séria ameaça para a vida marinha e para as populações cuja
sobrevivência depende dos oceanos.
O
estudo — realizado por uma equipe de cientistas da Global Ocean Oxygen Network,
um novo grupo de trabalho criado pela Comissão Oceanográfica Intergovernamental
da UNESCO — destaca os maiores perigos para as comunidades oceânicas e
costeiras e o que será necessário fazer para manter as águas da Terra saudáveis
e produtivas.
Redução
do nível de oxigênio dos oceanos afeta a vida marinha.
Um
novo artigo publicado na revista Science mostra que as
concentrações de oxigênio no oceano estão caindo, não apenas como resultado das
mudanças climáticas, mas também da poluição. Tal fenômeno representa uma séria
ameaça para a vida marinha e para as populações cuja sobrevivência depende dos
oceanos.
O
estudo, compilado por uma rede de cientistas iniciada pela ONU, também enfatiza
a importância de combater tanto as mudanças climáticas como a poluição para
travar a expansão de zonas com baixo nível oxigênio no mundo.
“O
oxigênio é fundamental para a vida nos oceanos”, disse Denise Breitburg,
cientista do Centro de Investigação Ambiental Smithsonian, nos Estados Unidos,
e principal autora do estudo. “O declínio do nível de oxigênio nos oceanos está
entre os mais sérios efeitos das atividades humanas no meio ambiente
terrestre”, declarou.
O
estudo afirma que o nível de oxigênio dos oceanos e águas costeiras tem caído
há ao menos 50 anos, principalmente por conta de atividades humanas que
aumentaram a temperatura global e a poluição lançada nas águas costeiras.
Por
exemplo, quantidade de água no oceano com zero oxigênio aumentou mais do que
quatro vezes nos últimos 50 anos, enquanto em corpos d’água costeiros,
incluindo estuários e mares, os locais com baixo oxigênio subiram mais de dez
vezes desde 1950.
Com
o aumento das temperaturas, o nível de oxigênio no oceano deverá diminuir ainda
mais, o que ameaça a biodiversidade e resulta em crescimento atrofiado,
doenças, sufocação e morte de muitos animais.
O
estudo — realizado por uma equipe de cientistas da Global Ocean Oxygen Network,
um novo grupo de trabalho criado pela Comissão
Oceanográfica Intergovernamental da UNESCO — destaca os maiores
perigos para as comunidades oceânicas e costeiras e o que será necessário fazer
para manter as águas da Terra saudáveis e produtivas.
Necessidade de combater as múltiplas causas
A
mudança climática é uma clara culpada. Devido ao aumento das temperaturas, o
aquecimento das águas superficiais torna mais difícil para o oxigênio alcançar
o interior do oceano.
À
medida que o oceano se aquece, a quantidade de oxigênio diminui. Nas águas
costeiras, o excesso de poluição cria flores de algas, que drenam o oxigênio
quando morrem e se decompõem. Mas há outras causas que precisam ser abordadas
em conjunto com a redução das emissões de gases de efeito estufa.
Para
manter a queda de oxigênio sob controle, os cientistas disseram que o mundo
precisa abordar a questão por três ângulos. O primeiro deles é enfrentar as
causas: a poluição e a mudança climática.
Embora
nenhuma dessas questões seja simples ou fácil, as etapas necessárias para
resolver o problema podem beneficiar as pessoas e o meio ambiente. Melhores
sistemas sépticos e de saneamento podem proteger a saúde humana e diminuir a
poluição na água. Reduzir as emissões de combustíveis fósseis não só diminui os
gases de efeito estufa e combate as mudanças climáticas, como reduz os
poluentes perigosos do ar, como o mercúrio.
A
segunda abordagem é proteger a vida marinha vulnerável. Com alguma redução dos
níveis de oxigênio sendo inevitável, é crucial proteger peixes em risco de
estresse adicional. De acordo com a equipe de cientistas, isso poderia
significar a criação de áreas marinhas protegidas ou zonas sem capturas nas
áreas que os animais utilizam para escapar do baixo oxigênio, ou focar a pesca
em peixes que não estejam ameaçados pela queda de níveis de oxigênio.
Também
é necessário melhorar o rastreamento de áreas com baixo oxigênio em todo o mundo.
Os cientistas têm uma boa compreensão de quanto oxigênio o oceano pode perder
no futuro, mas não sabem exatamente onde essas zonas de baixo oxigênio baixo
estarão localizadas.
O
monitoramento aprimorado, especialmente nos países em desenvolvimento, e os
modelos numéricos ajudarão a identificar quais locais correm maior risco e
determinar as soluções mais eficazes.
O que a ONU está fazendo para abordar o problema?
O
Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 14 visa a “conservar e usar os
oceanos, mares e recursos marinhos de forma sustentável para o desenvolvimento
sustentável”.
Por
meio de uma ampla gama de iniciativas, as Nações Unidas estão liderando os
esforços globais para ampliar a cooperação para a proteção dos oceanos do
mundo. No mês passado, a Assembleia Geral da ONU adotou uma resolução para
convocar negociações para um tratado internacional de proteção de ambientes
marinhos.
Durante
a conferência ambiental da ONU em Nairóbi, no Quênia, em dezembro do ano
passado, delegados das Nações Unidas aprovaram uma resolução com o objetivo de
enfrentar ameaças como a poluição dos oceanos e o descarte de plásticos no
ambiente marinho. Entre outras medidas, o acordo também visa à formação de uma
força tarefa internacional que irá assessorar os países sobre formas de
combater a poluição marinha.
A
presidência fijiana da COP23 também lançou uma iniciativa para melhorar a saúde
dos oceanos e proteger os ecossistemas ameaçados pela mudança climática na
conferência anual sobre mudança climática de Bonn, na Alemanha, em novembro do
ano passado.
Além
disso, a ONU realizou a conferência de alto nível sobre os oceanos no
ano passado com o objetivo de mobilizar esforços para reverter o declínio da
saúde dos oceanos em benefício das pessoas, do planeta e da prosperidade.
(ecodebate)
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