Estamos vendo os mesmos
sinais agora que antecederam a maior extinção em massa do nosso planeta.
De acordo com uma nova
pesquisa alemã, diversos sinais de alerta que ocorreram antes do maior evento
de extinção em massa da história estão se repetindo nos dias atuais.
Cientistas alertam: podemos
estar repetindo a pior extinção em massa da história
A Terra já passou por cinco
eventos de extinção em massa, sendo que o maior deles foi a extinção do
Permiano-Triássico, 252 milhões de anos atrás.
Esse evento marcou o fim do
período Permiano e o início do Triássico, matando 96% de toda a vida marinha e
até 70% de toda a vida terrestre.
Enquanto as extinções em
massa não acabam com a vida totalmente, elas alteram o curso de como ela se
desenvolve. Sem a extinção dos dinossauros, por exemplo, a ascensão dos
mamíferos – incluindo nós, seres humanos – poderia nunca ter ocorrido.
Sinais
A maior extinção em massa que
conhecemos foi provavelmente causada por uma atividade vulcânica maciça na
Sibéria, que alterou a atmosfera em todo o mundo e levou ao colapso parcial de
muitos ecossistemas, devido ao efeito que teve sobre a camada de ozônio,
afinando-a e interrompendo os ciclos de vida das plantas.
Os cientistas pensavam que
esse evento tinha acontecido de repente e sem aviso prévio.
Agora, uma equipe de pesquisa
da Universidade Friedrich-Alexander Erlangen-Nürnberg e do Museum für
Naturkunde, na Alemanha, defende que houveram indícios da extinção que se
seguiria.
Nós sobreviveremos a esta
extinção em massa?
Examinando fósseis
anteriormente não pesquisados no Irã, eles encontraram sinais de alerta datados
de 700.000 anos antes do evento.
Evidências
Por exemplo, os pesquisadores
descobriram que várias espécies de amonites, que são moluscos marinhos,
desapareceram na época e as espécies que sobreviveram ficaram cada vez menores
e menos complexas.
Nos últimos milhões de anos
do período Permiano, os tamanhos de braquiópodes estavam diminuindo em terra;
no mar, protozoários chamados radiolários também estavam em declínio.
Há evidências de que animais
marinhos estejam encolhendo em tamanho hoje. No ano passado, pesquisadores
revelaram que o nível do Oceano Atlântico diminuiu em 15% nos últimos 65 anos,
provavelmente como resultado direto da mudança climática.
Outro estudo de 2015
descobriu, em uma análise do registro geoquímico, que houve uma deterioração
ambiental progressiva levando à extinção do Permiano-Triássico. E mais um
artigo do mesmo ano encontrou altos níveis de atividade de magma antes, durante
e após o evento.
Além disso, já naquela época
haviam muitas evidências de um aquecimento global severo, acidificação dos
oceanos e falta de oxigênio. “O que nos separa dos eventos do passado é a
extensão desses fenômenos. Por exemplo, o aumento atual da temperatura é
significativamente menor do que há 250 milhões de anos”, disse o principal
autor do estudo, Wolfgang Kießling.
O chamado “Jardim de
Ediacara” foi um período de tranquilidade no qual os primeiros organismos
multicelulares complexos da Terra prosperaram. Depois de durar milhões de anos,
chegou ao fim como resultado da primeira extinção em massa do planeta, cerca de
540 milhões de anos atrás.
Sim, nós estamos no começo de
uma extinção em massa
Não podemos perder os alertas
A nova pesquisa se junta a um
crescente corpo de evidências de que estamos à beira do sexto evento de
extinção em massa da Terra.
“O aumento da taxa de
extinção em todos os habitats que estamos atualmente observando é atribuível à
influência direta dos seres humanos, como a destruição do habitat, a pesca
excessiva e a poluição”, disse Kießling. “No entanto, o nanismo das espécies
animais nos oceanos em particular pode ser claramente atribuído à mudança
climática. Devemos levar esses sinais muito a sério”.
Temos 20 anos, no máximo,
para prevenir extinção em massa.
As descobertas do estudo
foram publicadas na revista científica Geology. (hypescience)
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