A falta de
gasolina e o caos generalizado por conta da greve dos caminhoneiros evidenciam
que políticas públicas e obras de infraestrutura focadas na eletromobilidade
poderiam atacar diretamente a dependência brasileira do petróleo e a emissão de
CO2 na atmosfera em nossas cidades. Eis aí uma bandeira cidadã: a
descarbonização da mobilidade!
A verdade é
que a eletromobilidade é, seguramente, a melhor opção para corresponder a essas
aspirações: a eletricidade é a mais eficiente fonte de energia, sendo três
vezes melhor do que o gás, por exemplo. Para além disso, garante níveis de
emissões e de ruído totalmente compatíveis com as exigências da vida nas
cidades.
Um
excelente exemplo em termos de infraestrutura é a Eletrovia inagurada pela
empresa Copel no Paraná, pioneira no país. O eletroposto de Curitiba é o primeiro
de oito unidades que serão instaladas na BR-277, garantindo recarga gratuita
para carros elétricos no percurso de Paranaguá, no extremo leste do estado, a
Foz do Iguaçu, no extremo oeste.
Cada
eletroposto terá 50 kVA (kilovoltampere) de potência e três tipos de
conectores, próprios para atender os modelos de carros elétricos ou híbridos
disponíveis no Brasil. As estações serão todas de carga rápida e gratuita:
levará entre meia e uma hora para carregar 80% da bateria dos carros elétricos.
O projeto tem parceria da Itaipu Binacional e foi demonstrado durante o Smart
City Expo Curitiba 2018, evento com a chancela da FIRA Barcelona e do iCities.
Durante o
evento, ficaram claras as aspirações da sociedade quanto a cidades mais
sustentáveis e fontes alternativas e limpas de energia. Vários profissionais
especializados da indústria automobilística e de energia ressaltaram a
importância da discussão e implementação no Brasil de questões como:
– Frotas de
ônibus elétricos;
–
Compartilhamento de veículos elétricos;
–
Infraestrutura de recarga;
– Licitação
de frotas baseada em eficiência energética;
– Níveis de
emissão como critério para incentivos fiscais.
Greve
de caminhoneiros mostra necessidade de outras formas de transporte.
Ainda
sobre o incentivo à formas de mobilidade não dependentes do carbono e ao
alcance de todo cidadão, temos a mobilidade ativa, em especial a
ciclomobilidade. Ao atacar a esfera da infraestrutura urbana, morosa e
burocrática, o conceito de smart transport afetou o mercado de bikes,
direcionando seus esforços e criatividade para a solução de problemas.
O barateamento
de bicicletas com tração elétrica de apoio, assim como a multiplicação e
facilitação de kits para conversão de bicicletas em veículos “híbridos” – entre
a tração humana e a elétrica –, criou espaço para que o relevo e a topografia
deixassem de ser obstáculos à inserção da bicicleta no mapa da mobilidade
urbana.
Em termos
de rendimento, sustentabilidade e autonomia, muitos dos modelos hoje sendo
propostos, tanto de car sharing como alguns sistemas de “renting” (espécie de
mistura entre aluguel e leasing), envolvem carros híbridos ou elétricos e
bicicletas. A tendência já atinge algumas cidades mais modernas da Europa e
deve ganhar escala mundial nos próximos anos.
A greve dos
caminhoneiros e a descarbonização da mobilidade.
Fato é que
precisamos trabalhar a favor da descarbonização da mobilidade no Brasil e a
greve dos caminhoneiros está prestando um grande serviço ao expor esta
necessidade. (ecodebate)
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