quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Apenas um oitavo do oceano está livre do impacto humano

13% dos mares do mundo são considerados regiões marinhas selvagens – áreas fundamentais de água, em sua maioria, não perturbada pelo homem, onde a biodiversidade é capaz de prosperar.
Muito se sabe sobre o impacto humano em regiões terrestres selvagens, mas até recentemente não se sabia muito sobre como a atividade humana e a mudança de clima havia afetado a vitalidade marinha. Em um estudo publicado recentemente no Current Biology, pesquisadores determinaram que a área marinha selvagem totaliza apenas 13% – cerca de 34 milhões km2 – de oceano.
A área marinha selvagem é a área que sofreu baixa ou nenhuma interferência humana. Como era de se esperar, as maiores concentrações de áreas marinhas selvagens são encontradas longe do alcance humano normal: em alto mar e no hemisfério sul, menos populoso. Zonas costeiras contêm apenas 10% da área marinha selvagem. Apenas cinco por cento da área selvagem está em áreas internacionalmente protegidas.
Navio pesqueiro na Antártida, onde restam algumas das poucas regiões intocadas.
Ainda que esse padrão seja previsível, Kendall Jones, autor principal e especialista em planejamento de conservação na Wildlife Conservation Society (ou Sociedade de Conservação da Vida Selvagem, em português), diz que esperava encontrar mais áreas selvagens. Ele atribui parte do resultado à crescente indústria pesqueira que empurra continuamente suas próprias fronteiras físicas. "A pesca é a forma mais significativa de os humanos impactarem o oceano”, ele diz.
A área marinha selvagem também se reúne nos polos, onde o gelo marinho se tornou relativamente inacessível aos humanos. Mas, a medida que o gelo marinho derrete, Jones e sua equipe acreditam que essas áreas podem se tornar mais vulneráveis ao homem e às agressões climáticas.
Apenas 13% dos mares ao redor do mundo possuem a vida selvagem preservada devido a poluição e a atividade humana inconsciente.
Os pesquisadores analisaram 15 fatores agressivos causados pelo homem, como a pesca, a poluição e o escoamento de nutrientes, assim como quatro relacionados à mudança de clima, como a acidificação oceânica, e determinaram as áreas de menor impacto.
A área marinha selvagem tende a ter mais diversidade biológica e genética do que outras áreas. Essas áreas podem ser mais resistentes aos efeitos da mudança climática e podem nos mostrar como eram as áreas do globo antes da intervenção humana, mesmo que seja pouco provável que algum dia elas sejam restauradas, diz Jones.
Áreas estão atualmente distribuídas de forma assimétrica, concentrando-se especialmente no Ártico e na Antártica.
"Mas se quisermos restaurar ecossistemas degradados, a natureza proporciona informações importantes sobre a direção em que devemos nos orientar". (nationalgeographicbrasil)

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