As
águas subterrâneas até o final da década de 70 eram reconhecidas como um bem
muito precioso e que, por isso mesmo, deveriam ser reservadas ou protegidas
para o uso das gerações vindouras.
Apenas
2,5% da água do planeta são doce, própria para o consumo.
Porém,
com a mudança radical no comportamento das pessoas a partir dos anos 80, onde
foi dada a largada para o consumismo sem limite, os recursos naturais, entre
eles as reservas explotáveis de águas subterrâneas, também conhecidas como
aquíferos, passaram a ser exploradas de forma desordenada.
Num
processo de reação em cadeia, todos os setores da economia, passaram a demandar
por água em seus sistemas de produção. As águas superficiais tidas como
suficientes para o abastecimento da população brasileira, já não eram vistas
assim nos anos 90, época em que a maioria dos mananciais superficiais próximos
aos grandes centros já se encontravam completamente poluídos por meio de
esgotos e resíduos das mais diversas origens. Tal cenário levou à exploração
frenética dos aquíferos, sem qualquer planejamento para estabelecer um controle
de retirada de água. Isso ocorreu no mundo todo e se agravou nos países mais
pobres devido à perpetuação do sistema irracional e insustentável de retirada
da água, permanecendo até os dias atuais em muitos lugares.
No
caso do Brasil, a situação tem se agravado muito e tende a piorar para o futuro
próximo, pois a escalada de exploração dos aquíferos continua sem controle. A
questão maior é que já não existe água superficial para as demandas urbanas,
salvo na região amazônica. Assim, o que se vê são poços e mais poços sendo
abertos todos os dias em todos os lugares (áreas urbanas, rurais e
industriais). Nas cidades relativamente pequenas, por exemplo, existe um poço
tubular profundo em cada bairro. Isso era inimaginável há duas décadas atrás.
A
resposta está na natureza.
Diante
do exposto, faz-se urgente uma mudança radical de comportamento em relação ao
consumo de água, aliada a medidas fundamentais de proteção dos aquíferos e de
recuperação dos mananciais superficiais. O discurso já existe há mais de duas
décadas, mas infelizmente as ações não avançaram no mesmo ritmo da deterioração
dos recursos hídricos de um modo geral.
Um
exemplo de como não avançamos muito no processo de consumo racional de água é o
tão conhecido e necessário reuso, que já deveria ser obrigatório em todos os
setores, mesmo nas residências mais simples, com projetos sustentáveis e de
fácil acesso à população. Outra questão é o aproveitamento das águas de chuvas
por meio dos telhados. Existem estudos em universidades que já mostraram a
viabilidade de coleta e uso, principalmente em empresas cujas edificações
ocupam extensas áreas. No caso dos resíduos sólidos (esgotos), as estações de
tratamento (ETES) não avançaram muito. Existem muitas cidades brasileiras que
não possuem ETES e outras tantas que tratam uma quantidade insignificante de
seus esgotos, fazendo com que seus cursos d’água continuem fétidos e mal
cheirosos diariamente.
Tal
conjunto de problemas acima citados, se atenuados ou minimizados, auxiliaria
muito na conservação dos aquíferos, pois retiraria destes a imensa pressão de
exploração atualmente existente.
Para
completar todo esse processo, dentro de um contexto sustentável, haveria então
a necessidade de proteção dos aquíferos no sentido mais stritu da palavra. Tal
proteção, começaria pelas áreas de recarga direta (quando houver), que são
locais desprotegidos, onde o risco de contaminação é maior. Sobre tais áreas o
uso passaria a ser restrito, com faixas ou zonas de proteção, com
possibilidades de enquadramento como Áreas de Proteção Permanente – APPs (nível
mais restrito). Nas porções confinadas (protegidas naturalmente), o controle
seria em função de cada poço aberto (avaliação da necessidade de abertura,
fiscalização permanente depois de aberto e controle da explotação – uso
racional).
Assim, com o conjunto de medidas acima exposto, certamente os aquíferos estariam em condições mais sustentáveis para manter a sobrevivência das gerações futuras.
Assim, com o conjunto de medidas acima exposto, certamente os aquíferos estariam em condições mais sustentáveis para manter a sobrevivência das gerações futuras.
A
água é um recurso natural essencial para vida. Porém, com o passar dos anos a
sociedade foi usando esse recurso cada vez mais sem a consciência de que um dia
ela pode acabar, seja em virtude da poluição, da degradação ambiental e das
mudanças climáticas, provocada pelas atividades humanas.
Trata-se aqui de um panorama global e sintetizado no sentido de mostrar ao leitor a complexidade que envolve os aquíferos e, consequentemente, a água em nossa vida. Afinal, a água é essencial para a nossa sobrevivência, apesar da teimosia em relegar para segundo plano essa realidade incontestável. (ecodebate)
Trata-se aqui de um panorama global e sintetizado no sentido de mostrar ao leitor a complexidade que envolve os aquíferos e, consequentemente, a água em nossa vida. Afinal, a água é essencial para a nossa sobrevivência, apesar da teimosia em relegar para segundo plano essa realidade incontestável. (ecodebate)
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