200 mil campos de futebol: esse é o cenário atual do
desmatamento no Brasil.
Nos
últimos anos temos percebido que ao invés de as políticas públicas estarem
voltadas para o desenvolvimento sustentável, as mesmas estão em desencontro com
as propostas de todos os países que buscam crescer e ao mesmo tempo equilibrar
a utilização dos recursos naturais.
No
Brasil, desde a Eco Rio 92, que estabeleceu a agenda de compromissos globais, a
Agenda 21 – composta por 21 compromissos para melhorar as relações do homem com
a natureza -, pouco se tem feito, ou ainda há muito para se fazer. Estamos em
momentos de discussões sobre a Agenda 2030, que propõe além de revisar as
propostas do século passado, criar um movimento positivo de relações que
garantirão a perpetuação da espécie humana no planeta e dos demais seres vivos.
Porém, os dados não são tão positivos, segundo estudos do Imazon – Instituto do
Homem e Meio Ambiente da Amazônia. Segundo o Instituto, o aumento do
desmatamento na Amazônia chegou a 22% em relação a períodos anteriores.
Os
estados mais afetados são: Mato Grosso, Pará e Amazonas. O avanço da fronteira
agrícola, a mineração e a criação de bovinos têm acelerado o desmatamento que
está descontrolado. Por um lado, temos uma legislação dura, ou seja, uma lei
que criminaliza os danos causados ao meio ambiente, e por outro lado, vemos a
ineficiência estatal para se fazer cumprir a legislação.
O
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) vem monitorando através de
imagens do Landsat, ou seja, com precisão de 30 m, o que vem ocorrendo na
Amazônia. O reflexo disso são as mudanças climáticas, a extinção de espécies
nativas e em especial a migração de populações em decorrência da ocupação
destas áreas.
O
pasto tomou conta da floresta, e atualmente temos uma população maior de
bovinos na Amazônia do que de pessoas. É lamentável que o modelo estabelecido
para região não atenda as políticas públicas tão debatidas e formalizadas e
importantes eventos já realizados no Brasil e no exterior.
A
outra situação que preocupa são as unidades de conservação, que estão sendo
desmatadas apesar de serem protegidas. O exemplo mais atual é a Floresta
Nacional do Jamanxim, no sudoeste do Pará, que de janeiro a maio desse ano
sofreu a devastação de uma área de 57 quilômetros quadrados. E o que mais chama
atenção é que no Congresso Nacional há projetos de Lei para diminuírem a
extensão das reservas ambientais brasileiras. O Ministério do Meio Ambiente
aplicou algumas multas, mas que são ineficientes quando outros interesses estão
acima de tudo, o que não são interesses socioambientais. (ecodebate)
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