sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Envelhecimento populacional pelas novas projeções do IBGE

O envelhecimento populacional segundo as novas projeções do IBGE.
O IBGE divulgou as novas projeções da população brasileira, no final de julho, com a população estimada em 208,5 milhões de habitantes em 2018, de 233,2 milhões de pessoas em 2047 (pico populacional) e de 228,3 milhões de habitantes em 2060. Portanto, a população brasileira está a caminho da transição do crescimento para o decrescimento demográfico.
Outra transição confirmada pelas novas projeções é da estrutura etária, com a mudança de uma pirâmide populacional de base larga (rejuvenescida) para uma pirâmide de base estreita e de topo ampliado (envelhecida). O envelhecimento populacional é a transformação da estrutura etária que acontece em decorrência do aumento da proporção de idosos no conjunto da população e a consequente diminuição da proporção de jovens. Durante mais de 500 anos, o Brasil teve uma estrutura etária rejuvenescida. Mas isto vai mudar no decorrer do século XXI.
Taxas de fecundidade total estimadas e projetadas 2000/2060.
Unidade
Federação
Taxas de fecundidade
Estimadas
Projetadas
2000
2010
2015
2018
2020
2030
2040
2050
2060
Brasil
2,32
1,75
1,80
1,77
1,76
1,72
1,69
1,67
1,66
   Norte
3,14
2,21
2,11
2,03
2,00
1,88
1,83
1,81
1,80
Rondônia 
2,55
1,84
1,88
1,88
1,87
1,82
1,79
1,77
1,76
Acre 
3,94
2,45
2,37
2,22
2,14
1,89
1,80
1,77
1,75
Amazonas 
3,43
2,47
2,39
2,28
2,22
2,01
1,89
1,83
1,79
Roraima 
3,50
2,48
2,30
2,31
2,25
2,06
1,99
1,96
1,95
Pará 
3,09
2,14
1,99
1,92
1,89
1,82
1,80
1,80
1,80
Amapá 
3,82
2,55
2,29
2,11
2,04
1,86
1,82
1,80
1,80
Tocantins 
2,73
2,03
1,96
1,93
1,91
1,83
1,80
1,79
1,78
   Nordeste
2,59
1,82
1,78
1,75
1,73
1,69
1,67
1,66
1,66
Maranhão 
3,25
2,12
1,95
1,93
1,90
1,83
1,81
1,80
1,80
Piauí 
2,70
1,80
1,77
1,76
1,75
1,71
1,70
1,69
1,69
Ceará 
2,60
1,75
1,74
1,70
1,69
1,66
1,65
1,64
1,64
Rio Grande Norte
2,45
1,73
1,72
1,65
1,65
1,64
1,64
1,64
1,64
Paraíba 
2,45
1,76
1,79
1,76
1,74
1,69
1,67
1,65
1,64
Pernambuco 
2,46
1,79
1,83
1,76
1,74
1,68
1,66
1,65
1,64
Alagoas 
2,90
2,00
1,83
1,76
1,74
1,69
1,68
1,68
1,68
Sergipe 
2,68
1,82
1,78
1,74
1,72
1,67
1,66
1,65
1,65
Bahia 
2,37
1,73
1,68
1,69
1,68
1,64
1,63
1,62
1,62
   Sudeste
2,07
1,63
1,73
1,70
1,70
1,68
1,65
1,63
1,61
Minas Gerais 
2,14
1,57
1,62
1,62
1,61
1,60
1,58
1,57
1,55
Espírito Santo 
2,17
1,73
1,85
1,83
1,83
1,79
1,75
1,71
1,67
Rio de Janeiro 
2,03
1,59
1,75
1,74
1,73
1,68
1,64
1,59
1,55
São Paulo 
2,04
1,67
1,77
1,72
1,72
1,70
1,68
1,67
1,65
   Sul
2,15
1,63
1,77
1,74
1,74
1,72
1,71
1,69
1,68
Paraná 
2,19
1,72
1,80
1,80
1,79
1,76
1,74
1,71
1,68
Santa Catarina 
2,10
1,60
1,74
1,74
1,74
1,72
1,71
1,69
1,68
Rio Grande Sul
2,13
1,56
1,74
1,68
1,68
1,68
1,68
1,68
1,68
   Centro-Oeste
2,16
1,77
1,90
1,87
1,85
1,80
1,75
1,69
1,63
Mato Grosso Sul 
2,33
1,92
2,04
2,02
2,01
1,96
1,91
1,85
1,80
Mato Grosso 
2,35
1,88
2,08
2,06
2,05
1,99
1,92
1,86
1,80
Goiás 
2,02
1,69
1,82
1,79
1,77
1,72
1,66
1,61
1,55
Distrito Federal 
2,13
1,65
1,71
1,68
1,67
1,63
1,59
1,54
1,50
Fonte: IBGE. Diretoria de Pesquisas. Coordenação de População e Indicadores Sociais.
Uma maneira de medir o envelhecimento populacional é por meio do Índice de Envelhecimento (IE), que é a razão entre o número de pessoas idosas sobre os jovens (crianças e adolescentes). Trata-se de uma razão entre os componentes extremos da pirâmide etária. O IE pode ser medido pelo número de pessoas de 60 anos e mais para cada 100 pessoas menores de 15 anos de idade. Uma população é considerada idosa quando o topo da pirâmide é maior do que a sua base, ou seja, quando o Índice de Envelhecimento (IE) é igual ou superior a 100.
Segundo as projeções anteriores do IBGE (revisão 2013), o Brasil se tornaria um país idoso em 2029, quando haveria 39,7 milhões de jovens (0-14 anos) e 40,3 milhões de idosos (60 anos e mais). Nesta data, o IE seria maior do que 100, ou seja, haveria 101,6 idosos para cada 100 jovens (veja a coluna vermelha no gráfico 1).
Mas com as novas projeções do IBGE (revisão 2018), o envelhecimento vai ocorrer um pouquinho mais tarde, no ano de 2031. No ano 2010, havia 48,1 milhões de jovens de 0 a 14 anos e 20,9 milhões de idosos com 60 anos e mais. O Índice de Envelhecimento (IE) era de 43,4 idosos para cada 100 jovens, conforme mostra o gráfico 2. Em 2018, o número de jovens caiu para 44,5 milhões e o de idosos subiu para 28 milhões, ficando o IE em 63 idosos para cada 100 jovens.
O número de idosos vai ultrapassar o de jovens em 2031, quando haverá 42,3 milhões de jovens (0-14 anos) e 43,3 milhões de idosos (60 anos e mais). Nesta data, pela primeira vez, o IE será maior do que 100, ou seja, haverá 102,3 idosos para cada 100 jovens (veja a coluna vermelha no gráfico). Mas o envelhecimento populacional continuará sua marcha inexorável ao longo do século XXI. No ano de 2055, as projeções do IBGE indicam o montante de 34,8 milhões de jovens (0-14 anos) e de 70,3 milhões de idosos (60 anos e mais). O IE será de 202 idosos para cada 100 jovens. Ou seja, haverá mais do dobro de idosos em relação aos jovens.

Os gráficos de ambas as projeções não deixam dúvidas quanto à diminuição da população jovem (0 a 14 anos) e do aumento da população idosa (60 anos e mais) ao longo do século XXI. O Brasil jovem está ficando para trás e a partir da década de 2030 será um país com uma estrutura etária idosa e a cada dia mais idosa. E não haverá mais volta.
O futuro do Brasil é ser um país com alta proporção de pessoas idosas. (ecodebate)

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