Todos os anos o banco Credit
Suisse publica o Relatório Global da Riqueza que é a fonte mais ampla de
informações sobre o patrimônio familiar global. Os dados mostram o grau de
desigualdade das pessoas em relação ao estoque de riqueza. Em sua 9ª edição, o relatório
consolida os dados sobre a desigualdade da riqueza nas regiões e nos diversos
segmentos de classe.
Entre 2017 e 2018, a riqueza
global agregada aumentou em US$ 14 trilhões para US$ 317 trilhões, o que
representa taxa de crescimento de aproximadamente 4,6% no ano. Este crescimento
foi menor do que no período anterior, mas superior à taxa média de crescimento
na era pós-2008. Também foi suficiente para superar o crescimento populacional,
pois a riqueza por adultos cresceu aproximadamente 3,2%, um recorde.
Apesar da absurda
concentração da riqueza, o lado positivo, do ponto de vista desenvolvimentista,
foi a redução da base da pirâmide e o crescimento dos segmentos superiores
(médios e ricos).
Segundo a figura abaixo, na
base da pirâmide – segmento de riqueza abaixo de USD 10 mil – havia, em 2017,
3,474 bilhões de adultos (representando 70,1% do total) e um montante de USD
7,6 trilhões (2,7% da riqueza total). Segundo a figura acima, neste mesmo
segmento, em 2018, havia 3,211 bilhões de adultos (representando 63,9% do
total) e um montante de USD 6,2 trilhões (1,9% da riqueza total).
O segmento médio – que reúne
as pessoas com riqueza de USD 10.000 a USD 100.000 – foi o que mais cresceu,
pois, em 2017, havia 1,064 bilhão de adultos (21,3% do total) e um montante de
riqueza de USD 32,5 trilhões (11,6% do total), passando, em 2018, para 1,335
bilhão de adultos (26,6% do total) e um montante de USD 44,2 trilhões (13,9% do
total).
No segmento de classe média
alta – que reúne as pessoas com riqueza de USD 100.000 a USD 1 milhão – o
aumento do número de pessoas entre 2017 e 2018 foi de 391 milhões (7,9%) para
436 milhões (8,7%) e o montante de riqueza neste segmento passou de USD 111,4
trilhões (39,7%) para USD 124,7 trilhões (39,3%).
No segmento dos milionários –
acima de USD 1 milhão – houve aumento do número de adultos, mas uma redução da
parcela de riqueza. Em 2017, havia 36 milhões de milionários no mundo
(representando 0,7% do total de pessoas), que concentravam uma riqueza total de
USD 128,7 trilhões (45,9% da riqueza global). Em 2018, havia 42 milhões de
milionários (0,8% do total) e uma riqueza total de USD 142,0 trilhões
(representando 44,8% do total).
No caso brasileiro, o número de adultos com mais
de USD 1 milhão recuou 19% em 2018, na comparação com o ano passado. Essa queda
representa 36 mil milionários a menos, pois no ano passado, havia sido
contabilizados 190 mil milionários no país, número que caiu para 154 mil este
ano. O recuo está em grande medida relacionado à desvalorização do real. A
riqueza por adulto no Brasil tinha crescido nos primeiros anos do século XXI,
mas com a crise iniciada em 2014, o país entrou em uma fase submergente. Em
2018, a riqueza média dos brasileiros foi estimada em US$ 16.664, bem menor do
que o valor médio global de USD 63.100.
Em países desenvolvidos,
apenas cerca de 30% da população cai dentro desta categoria e para a maior
parte destes indivíduos, a pertença é um fenómeno transitório ou de ciclo de
vida associado à juventude, idade avançada ou períodos de desemprego. Em
contraste, mais de 90% da população adulta na Índia e na África estão situadas
dentro desta base. Em alguns países de baixo rendimento da África, a
percentagem da população nesta amplitude de riqueza está próxima dos 100%. Para
muitos residentes em países de baixo rendimento, a pertença por toda a vida na
camada da base é a norma ao invés da exceção. (ecodebate)
Nenhum comentário:
Postar um comentário