sábado, 17 de novembro de 2018

A desigualdade social da pirâmide da riqueza global 2018

Todos os anos o banco Credit Suisse publica o Relatório Global da Riqueza que é a fonte mais ampla de informações sobre o patrimônio familiar global. Os dados mostram o grau de desigualdade das pessoas em relação ao estoque de riqueza. Em sua 9ª edição, o relatório consolida os dados sobre a desigualdade da riqueza nas regiões e nos diversos segmentos de classe.
Entre 2017 e 2018, a riqueza global agregada aumentou em US$ 14 trilhões para US$ 317 trilhões, o que representa taxa de crescimento de aproximadamente 4,6% no ano. Este crescimento foi menor do que no período anterior, mas superior à taxa média de crescimento na era pós-2008. Também foi suficiente para superar o crescimento populacional, pois a riqueza por adultos cresceu aproximadamente 3,2%, um recorde.
Apesar da absurda concentração da riqueza, o lado positivo, do ponto de vista desenvolvimentista, foi a redução da base da pirâmide e o crescimento dos segmentos superiores (médios e ricos).
Segundo a figura abaixo, na base da pirâmide – segmento de riqueza abaixo de USD 10 mil – havia, em 2017, 3,474 bilhões de adultos (representando 70,1% do total) e um montante de USD 7,6 trilhões (2,7% da riqueza total). Segundo a figura acima, neste mesmo segmento, em 2018, havia 3,211 bilhões de adultos (representando 63,9% do total) e um montante de USD 6,2 trilhões (1,9% da riqueza total).
O segmento médio – que reúne as pessoas com riqueza de USD 10.000 a USD 100.000 – foi o que mais cresceu, pois, em 2017, havia 1,064 bilhão de adultos (21,3% do total) e um montante de riqueza de USD 32,5 trilhões (11,6% do total), passando, em 2018, para 1,335 bilhão de adultos (26,6% do total) e um montante de USD 44,2 trilhões (13,9% do total).
No segmento de classe média alta – que reúne as pessoas com riqueza de USD 100.000 a USD 1 milhão – o aumento do número de pessoas entre 2017 e 2018 foi de 391 milhões (7,9%) para 436 milhões (8,7%) e o montante de riqueza neste segmento passou de USD 111,4 trilhões (39,7%) para USD 124,7 trilhões (39,3%).
No segmento dos milionários – acima de USD 1 milhão – houve aumento do número de adultos, mas uma redução da parcela de riqueza. Em 2017, havia 36 milhões de milionários no mundo (representando 0,7% do total de pessoas), que concentravam uma riqueza total de USD 128,7 trilhões (45,9% da riqueza global). Em 2018, havia 42 milhões de milionários (0,8% do total) e uma riqueza total de USD 142,0 trilhões (representando 44,8% do total).
No caso brasileiro, o número de adultos com mais de USD 1 milhão recuou 19% em 2018, na comparação com o ano passado. Essa queda representa 36 mil milionários a menos, pois no ano passado, havia sido contabilizados 190 mil milionários no país, número que caiu para 154 mil este ano. O recuo está em grande medida relacionado à desvalorização do real. A riqueza por adulto no Brasil tinha crescido nos primeiros anos do século XXI, mas com a crise iniciada em 2014, o país entrou em uma fase submergente. Em 2018, a riqueza média dos brasileiros foi estimada em US$ 16.664, bem menor do que o valor médio global de USD 63.100.
Em países desenvolvidos, apenas cerca de 30% da população cai dentro desta categoria e para a maior parte destes indivíduos, a pertença é um fenómeno transitório ou de ciclo de vida associado à juventude, idade avançada ou períodos de desemprego. Em contraste, mais de 90% da população adulta na Índia e na África estão situadas dentro desta base. Em alguns países de baixo rendimento da África, a percentagem da população nesta amplitude de riqueza está próxima dos 100%. Para muitos residentes em países de baixo rendimento, a pertença por toda a vida na camada da base é a norma ao invés da exceção. (ecodebate)

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