Coextinção – Aquecimento global aumenta o risco de extinção com ‘efeito dominó’.
O
aquecimento global pode desencadear a perda do habitat de alguma espécies
devido a destruição do ecossistema.
Coextinção
– A complexa rede de interdependências entre plantas e animais multiplica as
espécies em risco de extinção devido às mudanças ambientais, de acordo com um
estudo do CCI.
No
caso do aquecimento global, predições que não levam em conta esse efeito
cascata podem subestimar o número de extinções em até 10 vezes.
Como
consequência direta e óbvia da mudança climática, plantas e animais de um
determinado local tornam-se extintos quando as condições ambientais locais
tornam-se incompatíveis com seus limites de tolerância, tais como peixes em um
aquário com o termostato quebrado.
No
entanto, existem muitas razões elusivas para a perda de espécies que vão além
dos efeitos diretos das mudanças ambientais (e da atividade humana), as quais
ainda lutamos para entender.
Em
especial, está se tornando mais evidente que as coextinções (o desaparecimento
dos consumidores após o esgotamento de seus recursos) podem constituir um
grande responsável pela crise de biodiversidade em curso.
Enquanto
o conceito de coextinção é apoiado por um antecedente teórico sólido, ele é
comumente desconsiderado nas pesquisas empíricas por ser extremamente difícil
de ser avaliado.
Efeito
dominó da extinção de espécies.
Novo
Estudo do CCI sobre Coextinções
Um
novo estudo conduzido pelo CCI aceitou esse desafio a fim de determinar a
importância das coextinções em condições de mudanças ambientais.
Giovanni
Strona, cientista do CCI, em colaboração com o Professor Corey Bradshaw da
Universidade Flinders em Adelaide, Austrália, construíram 2000 “Terras
Virtuais” e as povoaram com milhares de plantas e animais organizados em um
sistema global de cadeias alimentares interligadas.
Então,
eles sujeitaram as Terras virtuais a extremas trajetórias de mudanças ambientais,
compostas ou de um “aquecimento global”, ou seja, um aumento linear e
monotônico de temperatura, ou de um “inverno nuclear”, ou seja, um resfriamento
progressivo, como o que poderia ocorrer após múltiplas detonações nucleares ou
após o impacto de um asteroide.
Eles
então monitoraram a perda da diversidade de espécies em dois cenários
separados, até a completa aniquilação da vida.
No
primeiro cenário, eles apenas registraram a extinção de uma espécie quando a
temperatura se tornou alta ou baixa demais para a espécie suportar.
No
segundo cenário, começando com as extinções provocadas pela divergência entre a
temperatura local e os limites de tolerância das espécies, eles também
simularam cascatas de coextinção.
Comparando
os dois cenários, os cientistas conseguiram fornecer uma estimativa
quantitativa da importância relativa das coextinções na perda da biodiversidade
planetária.
Eles
descobriram que não levar em conta as interdependências entre as espécies leva
à subestimação da magnitude de extinções em massa provocadas pela mudança
climática em até 10 vezes.
Giovanni
reflete que “os conservacionistas e os tomadores de decisão precisam
rapidamente ir além do enfoque em espécies específicas e prestar cada vez mais
atenção às redes de interação das espécies como uma meta fundamental de
conservação. Quando uma espécie deixa nosso planeta, perdemos muito mais do que
um nome em uma lista”.
Aquecimento
Global: Relatório Especial do IPCC sobre Aquecimento Global de 1.5°C confirma a
absoluta urgência em agir
O
estudo também investigou o pior cenário possível de mudança de temperatura
devido ao aquecimento global.
De
acordo com as simulações, 5 a 6ºC de aquecimento seria o suficiente para
exterminar a maior parte da vida criada pelos cientistas nas Terras virtuais.
Giovanni
reconhece que “existem limitações óbvias em nosso modelo ambicioso, devido aos
múltiplos desafios de se construir sistemas ecológicos globais realísticos”.
Por
um lado, nossos resultados são consistentes com padrões do mundo real dos quais
temos evidência empírica.
Isto
nos dá confiança de que muitas suposições que tivemos de fazer para construir
um modelo funcional são sólidas. Por outro lado, no entanto, seria enganoso
focar somente em números brutos.
O
que fica claro é que uma Terra mais quente colocará pressão crescente na
biodiversidade do planeta, e as coextinções agravarão esse impacto.
Embora
seja improvável que a Terra aquecerá 5 ou 6ºC no futuro próximo, é bem provável
que a temperatura global continuará a aumentar. (ecodebate)
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