Efeitos das mudanças
climáticas em regiões de baixa renda contribuem para desigualdade social
As pessoas expostas a riscos
decorrentes das mudanças climáticas em regiões de baixa renda têm sete vezes
mais chances de morrer e seis vezes mais chances de serem feridas ou de terem
que se deslocar, na comparação com a população de regiões de alta renda.
A conclusão é de relatório
divulgado na última semana pela Climate Trends, uma empresa de pesquisa
climática com sede na Índia.
Chuva
na Índia deixa milhares de desabrigados.
“Um
aumento adicional nas temperaturas globais afetará mais as pessoas
desfavorecidas e vulneráveis por meio da insegurança alimentar, de preços mais
altos dos alimentos, da perda de renda e de oportunidades de subsistência,
impactos adversos à saúde e deslocamentos da população. No caso específico da
Índia, isso é extremamente preocupante porque o país tem grande população
vulnerável, que pode ser particularmente atingida”, disse Aarti Khosla,
diretora da Climate Trends, durante a divulgação do relatório.
A
Índia está muito exposta a riscos de desastres naturais, com alta exposição à
seca, calor e inundação, o que também leva a alta vulnerabilidade da população
à pobreza. Segundo a entidade, se não houver intervenção, a Índia será um dos
principais locais a sofrer com a extrema pobreza até 2030.
Além
disso, a mudança climática, que altera padrões como temperatura e volume de
chuva, deverá aumentar a desigualdade dentro da Índia entre ricos e pobres, e
também entre estados, concluiu a Climate Trends. A mitigação das mudanças do
clima e a erradicação da pobreza são questões a serem tratadas conjuntamente,
de acordo com o relatório.
Sudeste
asiático viveu uma de suas piores inundações em décadas.
Índia,
Bangladesh e Nepal enfrentaram as piores inundações registradas no sul da Ásia
em anos, com mais de 1,2 mil pessoas mortas, e milhões tiveram de deixar suas
casas.
Em
agosto de 2017, a forte chuva de monção causou inundações generalizadas em toda
a Índia, Bangladesh e no Nepal, levando a pelo menos 1.200 mortes, segundo
divulgou a entidade. Quatro estados do norte da Índia foram bastante afetados
pelas inundações, que danificaram cerca de 80 mil casas e afetaram 18 milhões
de pessoas.
Um
ano depois, em julho e agosto deste ano, o estado indiano de Querala sofreu com
forte chuva, registrando 2.378 mm (2.4m) durante 88 dias, nível quatro vezes
maior que a média. Uma avaliação dos impactos econômicos no estado constatou
que 4,13 milhões de trabalhadores foram afetados nos cinco distritos mais
afetados pela chuva. O relatório concluiu que as perdas econômicas das
enchentes de 2018, só no estado de Querala, excederam os danos causados por
todas as inundações na Índia em 2017.
Enchentes
provocam uma série de prejuízos.
A
projeção econômica do setor de turismo para 2019 foi reduzida também, como
resultado da devastação generalizada no país. “Trabalhadores do setor de
turismo são suscetíveis a danos indiretos, pois os pontos de atração turística
são destruídos pelas enchentes e os turistas evitam visitar as áreas
impactadas”, divulgou a Climate Trends. (ecodebate)
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