sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Nações devem triplicar esforços para atingir meta de 2°C

Aquecimento Global – Nações devem triplicar esforços para atingir meta de 2°C, conclui revisão anual de emissões globais.
Aquecimento Global
Ainda é possível manter o aquecimento global abaixo de 2°C, mas a viabilidade técnica de atingir 1,5°C está diminuindo.
As emissões globais de CO2 aumentaram em 2017, após um período de três anos de estabilização.
Se o hiato de emissões não for fechado até 2030, é extremamente improvável que a meta de temperatura de 2°C ainda possa ser alcançada.
As emissões globais estão aumentando e os compromissos dos países são insuficientes para atingir os objetivos, mas o entusiasmo crescente do setor privado e o potencial da inovação oferecem novos caminhos.
As conclusões fazem parte do Relatório de Emissões de 2018, apresentado esta terça-feira em Paris, França, pela ONU Meio Ambiente.
Conclusões
Relatório do IPCC destaca que a falta de ações em relação à mudança climática resultará em perdas ainda maiores dos recifes de coral, by Dia Mundial dos Oceanos.
O principal relatório das Nações Unidas sobre este tema apresenta todos os anos um relatório sobre a lacuna de emissões, a diferença entre os níveis previstos em 2030 e os valores necessários para atingir as metas de 2°C e 1,5°C.
Segundo a pesquisa, as emissões globais atingiram níveis históricos e ainda não refletem sinais de pico, o momento em que as emissões param de aumentar e começam a diminuir.
Os autores afirmam que apenas 57 países, que representam 60% das emissões globais, estão no caminho certo. Conjugados, o aumento das emissões e o atraso nas ações significa que o défice deste ano é maior do que nunca.
A análise “deixa claro que o atual ritmo de ação nacional é insuficiente para atingir as metas do Acordo de Paris.” Os autores concluem que as nações devem triplicar os esforços para atingir os 2°C, e multiplicar cinco vezes para atingir 1,5°C.
Aviso
A vice-diretora executiva da ONU Meio Ambiente, Joyce Msuya, disse que se o relatório do Painel Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas, IPCC, “representou um alarme de incêndio global, este relatório é a investigação desse incêndio”.
Segundo Msuya, “a ciência é clara e, apesar de toda a ambiciosa ação climática que tem sido observada, os governos precisam agir com mais rapidez e urgência.” Ela acredita que o mundo alimenta esse fogo enquanto os meios para extingui-lo estão ao alcance.
Uma continuação das tendências atuais deve resultar em um aquecimento global de cerca de 3 °C até o final do século, com a contínua elevação da temperatura depois desse ano.
Ação
Apesar de explicar que ainda existe um caminho para manter o aquecimento global abaixo de 2°C, o relatório afirma que “o tipo de ação drástica e de grande escala necessária urgentemente ainda não foi visto”.
O relatório oferece um roteiro sobre o tipo de ação transformadora que é necessária, dizendo que tem de envolver governos municipais, estaduais e regionais, empresas, investidores, instituições de ensino superior e organizações da sociedade civil.
Segundo a pesquisa, esses atores não estatais “estão cada vez mais comprometidos com uma ação climática ousada” e “são cada vez mais reconhecidos como um elemento-chave para alcançar as metas globais de emissões”.
Taxas
Também é sugerida uma política fiscal diferente. O cientista-chefe da ONU Meio Ambiente, Jian Liu, explicou que “quando os governos adotam medidas de política fiscal para subsidiar alternativas de baixa emissão e tributar combustíveis fósseis podem estimular os investimentos certos no setor energético e reduzir significativamente as emissões de carbono”.
Segundo o especialista, o potencial de usar a política fiscal como um incentivo é cada vez mais reconhecido, com 51 iniciativas de taxas de carbono agora em vigor ou programadas, cobrindo cerca de 15% das emissões globais.
O relatório calcula que, se todos os subsídios aos combustíveis fósseis fossem eliminados, as emissões globais de carbono poderiam ser reduzidas em até 10% até 2030.
O relatório foi apresentado uma semana antes da 24ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, COP24, que acontece na Polônia em dezembro. (ecodebate)

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