Reservatório seco.
“Stress
hídrico” ou Estresse hídrico é o nome dado a uma situação em que a procura de
recursos hídricos por habitante é maior que a capacidade de oferta ou de
disponibilidade de recurso natural.
É
também quando uma pessoa tem menos de 1.000 m³ de água. Ou seja, quando não há
água suficiente para abastecer a população, isto é, quando não existe água suficiente para
satisfazer as necessidades de cada um.
Hoje
a distribuição da água doce no mundo é muito desigual, e vários países
enfrentam sérios problemas com a carência de água potável.
No
caso específico das plantas, ocorre quando não existe água suficiente para as
plantas absorverem de modo a substituir a perda de água por transpiração. Para
períodos longos de stress hídrico, a planta pode parar de crescer e
eventualmente morrer.
Mesmo
repleto de rios, mares e oceanos, o planeta tem disponível apenas cerca de 2,5%
a 3% de água doce que é a água propícia para o consumo dos seres humanos.
Estes
percentuais até seriam suficientes para abastecer toda a população global, mas
o problema é que a água doce é um recurso natural que não se distribui
igualmente e boa parte é de difícil acesso, localizada em rios, lagos, geleiras
e aquíferos, estes últimos são águas armazenadas em camadas de rochas
sedimentares psamíticas.
Abundante
em alguns países, escasso em outros, é usado intensamente pela agricultura,
indústria e em atividades domésticas, de forma cada vez mais insustentável.
O
estresse hídrico é um dos mais graves problemas socioambientais enfrentados
pela humanidade.
Além
das razões acima, ainda se pode acrescentar os desequilíbrios ambientais como
poluição dos rios, seca, enfraquecimento dos lençóis freáticos e outros.
Quando
a demanda por água de um número de habitantes e o consumo médio por habitante
supera a oferta, ou seja, a quantidade e a capacidade de distribuição de água
existente, uma determinada cidade ou região, está caracterizada uma situação de
estresse hídrico.
A
falta de acesso à água potável deixa os países mais pobres ou marcados por
histórico de conflitos militares, instabilidades políticas e sociais, como é
caso dos países do Oriente Médio e África, em grave estado de vulnerabilidade.
O
estresse hídrico pode limitar o crescimento econômico, restringindo atividades
empresariais e agrícolas. E também afeta a capacidade de produzir alimentos
suficientes para alimentar as populações.
Em
breve, se estima que o planeta atingirá a marca de 9 bilhões de pessoas. Se
apenas um terço deste total adotar padrões de consumo de uma pessoa da classe
média, será necessário produzir 50% a mais de alimentos, a oferta de energia
terá de crescer 45% e o consumo de água aumentará 30%.
A
pressão sobre os recursos naturais do planeta se tornará insustentável. E, nada
sendo feito para mudar padrões de consumo, dois terços da população global
poderão sofrer com escassez de água doce até 2025, de acordo com a Organização
das Nações Unidas (ONU).
O
Brasil, rico neste recurso natural, detendo cerca de 12% do total das reservas
de águas doces do planeta, mesmo assim já sente os reflexos da escassez. Aqui
as condições de acesso não são equânimes.
A
região hidrográfica Amazônica, na região Norte e Centro-Oeste, equivale a 45%
do território nacional e detém 81% da disponibilidade hídrica. As regiões
litorâneas (Sul, Sudeste e Nordeste), que respondem por apenas 3% da oferta
nacional, abrigam 45% da população do país.
Em
outras palavras, onde se concentram cada vez mais brasileiros, há cada vez
menos água. A fórmula exata para o estresse hídrico que hoje se materializa em
São Paulo e na região sudeste.
De
acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA), dos 29 maiores aglomerados
urbanos do país, 16 precisam buscar de novas fontes de água para garantir
o abastecimento.
O
problema também tem um aspecto social. O consumo entre regiões, e até entre
municípios, é extremamente desigual. Enquanto um cidadão do Rio de Janeiro usa
236 litros de água por dia, o consumo no estado de Alagoas é de 91 litros “per
capita”.
O
consumo de água na Região Metropolitana de São Paulo é 4,3 vezes maior do que a
água que há disponível para todo o estado.
O
estresse hídrico não se limita à escassez de água. Saneamento também é uma
causa. O consumo humano exige que a água seja limpa e tratada, mas o
crescimento das cidades destrói fontes de água, os chamados mananciais.
As
águas superficiais, que não penetram no subsolo, correndo ao longo da
superfície do terreno, e acabando por entrar nos lagos, rios ou ribeiros, são
poluídas pelo lançamento de esgoto, efluentes industriais e até mesmo venenos
usados em larga escala na agricultura.
No
Brasil, 73% dos municípios são abastecidos com águas superficiais, sujeitas a
todo tipo de poluentes.
A
concentração urbana tem sido sinônimo de degradação ambiental. Até mesmo as
águas profundas são atingidas pela degradação e da exploração em excesso.
A
falta de saneamento adequado na região Nordeste, por exemplo, fez com que o
esgoto alcançasse poços. Agrava a situação, uma política pública de saneamento
básico que tem se mostrado irregular e deficiente, em todas as esferas da
administração pública, tanto federal, quanto estadual ou municipal.
O
estresse hídrico está relacionado com a falta d'água ou a sua insuficiência
frente ao consumo.
O
estresse hídrico é, portanto, maior nas regiões que concentram maior população,
não necessariamente nas mais secas. Hoje, as áreas urbanas consomem 60% da água
doce do planeta e, se confirmadas as projeções da ONU, até 2050, 70% da
população mundial estará concentrada em grandes cidades, causando maior pressão
a um sistema que já agora, está à beira da insustentabilidade, conforme todos
os episódios demonstram. (ecodebate)
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