Chances
de El Niño sobem para quase 100% durante o verão no Brasil, alertam institutos
americanos.
As
chances de ocorrência do fenômeno climático El Niño durante o verão no Brasil
aumentam a cada mês. O instituto internacional de pesquisas climáticas da
Universidade de Columbia, por exemplo, elevou para 95% a possibilidade do
fenômeno de fraca a moderada intensidade.
O
período seria próximo ao do inverno no hemisfério Norte e verão no hemisfério
Sul, que vai de 21 de dezembro até 20 de março. Os reflexos do fenômeno são
sentidos em diversos países. O Brasil estará no ápice do desenvolvimento da
safra de grãos, cana-de-açúcar e café.
"Existe
uma chance de 95%, com base nos modelos, para as condições de El Niño SST na
atual temporada de novembro e janeiro", disse o instituto da Universidade
de Columbia ao citar que os meteorologistas internacionais ainda aguardam as
condições da atmosfera para cravar recomendações.
Apesar
da alta porcentagem de ocorrência do fenômeno, o instituto da universidade
norte-americana pondera que para que o El Niño seja oficializado, a anomalia do
Niño 3.4 SST teria que ficar acima do limiar de + 0,5ºC por cinco médias
consecutivas e sobrepostas de três meses.
Probabilidade
de ocorrência do El Niño, não sua força potencial para os próximos meses.
De
acordo com mapa de previsão probabilística do Inmet (Instituto Nacional de
Meteorologia) para todo o Brasil em janeiro, fevereiro e março, chuvas acima do
normal são previstas para a maior parte da região central, além de uma condição
abaixo do normal e na média em áreas do Norte e Nordeste.
No
Sul, a tendência para os próximos meses é de chuvas abaixo do normal na faixa
central, no estado de Santa Catarina e áreas do Rio Grande do Sul e Paraná, e
normalidade e precipitações acima do normal nas outras localidades da região.
Lavouras de soja no Paraná enfrentam condições climáticas adversas.
Veja o mapa de previsão probabilística para todo o Brasil em
janeiro, fevereiro e março:
"Na
área central do Brasil, pegando o Mato Grosso do Sul, Paraná, Minas Gerais e
Matopiba, a chuva deve ficar acima da média. Em alguns lugares mais ao Sul, a
média registrada desses três meses deve ser mais baixa", disse em
entrevista ao Notícias Agrícolas Mamedes
Luiz Melo, meteorologista do Inmet
O
meteorologista ressalta que esses mapas apontam média acumulada de três meses,
portanto as condições podem mudar mensalmente. Apesar da possibilidade de menos
chuvas em áreas do Sul, característica diferente de El Niño, para Melo o
fenômeno já dá sinais de atuação.
"Eu
particularmente já acredito em uma influência do El Niño porque estamos vendo
temperaturas elevadas na região Sudeste e isso já é um sinal de que ele já está
mostrando as suas caras", ressaltou Melo.
Historicamente,
em anos de El Niño, as chuvas tendem a ficar mais concentradas no extremo Sul
da região Sul do Brasil, além de calor em áreas do Sul, Sudeste, Centro-Oeste e
Nordeste. Em áreas do extremo Norte do país, dentre elas as regiões Norte e
Nordeste, a tendência é de tempo seco.
O
Centro de Previsão Climática do NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional)
dos Estados Unidos aponta chances de ocorrência de El Niño próxima de 90% no
verão do hemisfério Norte e cerca de 60% no nosso outono, ainda como um
fenômeno de fraca intensidade.
"Em
resumo, espera-se que o El Niño se forme e continue no hemisfério Norte no
inverno de 2018-19 (~ 90% de chance) e na primavera (~ 60% de chance",
disse o centro oficial de previsão climática dos Estados Unidos. A última
atualização apostava em 80% de chances do fenômeno.
Anomalias
médias da temperatura da superfície do mar (TSM) (°C) nas últimas semanas.
O
El Niño é caracterizado pelo aquecimento das águas da superfície do oceano
pacífico. No mapa divulgado pelo Centro, é possível ver esse aquecimento
sazonal nas águas da superfície do mar em grande parte do Pacífico equatorial.
De
acordo com a Reuters internacional, o último aquecimento na temperatura da
superfície oceânica no Leste e Centro do Pacífico, evento que ocorre a cada
poucos anos, aconteceu entre 2015 e 2016 e causou danos às lavouras, incêndios
e inundações repentinas pelo mundo. (noticiasagricolas)
Nenhum comentário:
Postar um comentário