quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Em 2018 INPE estima 7.900 km2 de desmatamento amazônico por corte raso

INPE estima 7.900 km2 de desmatamento por corte raso na Amazônia em 2018, aumento de 13,72% em relação a 2017.
A taxa estimada pelo Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (PRODES), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), corresponde a 7.900 km2 de corte raso no período de agosto de 2017 a julho de 2018.
A estimativa do PRODES 2018 indica um aumento de 13,72% em relação a 2017, quando foram apurados 6.947 km2. Este valor é 71,6% menor que a taxa registrada em 2004, ano em que o Governo Federal lançou o Plano para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm), atualmente coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA).
O mapeamento utiliza imagens do satélite Landsat ou similares, para registrar e quantificar as áreas desmatadas maiores que 6,25 hectares. O PRODES considera como desmatamento a remoção completa da cobertura florestal primária por corte raso, independentemente da futura utilização destas áreas.
Com o PRODES, o INPE realiza o mapeamento sistemático na Amazônia Legal e produz, desde 1988, as taxas anuais de desmatamento na região, que são usadas pelo governo brasileiro para avaliação e estabelecimento de políticas públicas relativas ao controle do desmatamento e ações voltadas a temática de REDD+. Os dados são importantes para toda a sociedade e embasam iniciativas bem-sucedidas como a Moratória da Soja e Termo de Ajuste de Conduta da cadeia produtiva de carne bovina.
A Tabela 1 mostra a distribuição do desmatamento para o ano de 2018 nos Estados que compõem a Amazônia Legal. A Tabela 2 mostra a comparação com as respectivas taxas consolidadas para o ano de 2016.
Tabela 1 – Distribuição do desmatamento por estado.
*  Nesta estimativa não foram observados dados do estado do AP.
Tabela 2 – Comparação com as respectivas taxas consolidadas para o ano de 2017
Para gerar esta estimativa, o INPE analisou 93 imagens do satélite Landsat 8/OLI selecionadas considerando dois critérios:
1) cobrir regiões onde foram registrados aproximadamente 90% do desmatamento no período anterior (agosto/2016 a julho/2017)
2) cobrir os 39 municípios prioritários para fiscalização referidos no Decreto Federal 6.321/2007 e atualizado em 2017 pela portaria no. 360 do Ministério do Meio Ambiente (MMA). A Figura 1 apresenta a localização das cenas Landsat utilizadas.
Figura 1 – Localização das imagens analisadas para cálculo da estimativa 2018. As áreas em amarelo indicam as 93 cenas Landsat selecionadas para a estimativa do PRODES 2018 e em azul os municípios prioritários.
A apresentação da taxa consolidada do PRODES 2018, a ser gerada após a análise das demais cenas que cobrem a Amazônia Legal, está prevista para o primeiro semestre de 2019. O resultado consolidado poderá variar em ±10% do valor estimado. A Tabela 3 apresenta as variações encontradas entre as taxas estimadas e as consolidadas desde 2005.
Tabela 3 – Variações encontradas entre as taxas estimadas e consolidadas desde 2005.
A Figura 2 mostra a série histórica do PRODES para a Amazônia Legal, enquanto a Figura 3 mostra a variação relativa anual das taxas de desmatamento.
Figura 2 – Série histórica do PRODES para a Amazônia Legal. Desmatamento anual em km2 (a) média entre 1977 e 1988, (b) média entre 1993 e 1994, (c) estimativa 2018.
Figura 3 – Variação relativa anual das taxas do PRODES no período 2001 a 2018 (ecodebate)

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