Ciclone Idai foi
"alarme" sobre mudança climática, diz secretário-geral da ONU.
Casas são vistas em meio a
enchente após passagem do ciclone Idai, em Buzi, perto de Beira, em Moçambique
24/03/2019.
A passagem mortífera do ciclone
Idai deixou cerca de 1,85 milhão de pessoas precisando de assistência em
Moçambique, uma catástrofe que o secretário-geral da Organização das Nações
Unidas (ONU), António Guterres, classificou nesta terça-feira como "mais
um alarme sobre os perigos da mudança climática".
Guterres descreveu o Idai,
que derrubou casas e provocou enchentes enormes depois de atingir Moçambique
perto do porto de Beira em 14 de março, como "uma tempestade anormalmente
feroz e prolongada".
O ciclone ainda avançou sobre
o Zimbábue e Maláui, matando ao menos 686 pessoas nos três países do sul
africano. Em Moçambique, o mais assolado, dezenas de milhares de lares foram
destruídos e centenas de milhares de pessoas foram deslocadas ao longo de uma
área de cerca de 3 mil quilômetros quadrados – quase o tamanho de Luxemburgo.
Só 2% dos US$ 337 milhões
necessários foram doados a três países afetados.
"Ao menos um milhão de
crianças precisam de assistência urgente, e este número pode muito bem crescer.
Tememos que vilarejos inteiros tenham sido arrasados em locais que ainda não
alcançamos", disse Guterres aos repórteres na ONU.
Há relatos de que um bilhão
de dólares de infraestrutura foram destruídos, acrescentou.
Embora cientistas observem
que eventos climáticos isolados não possam ser atribuídos à mudança climática,
também dizem que o aquecimento global está causando episódios mais extremos de
chuvas e tempestades, ondas de calor sufocantes, colheitas cada vez menores e
uma escassez de água cada vez maior em todo o mundo.
O ciclone Idai, que provocou
enchentes enormes depois de atingir Moçambique em 14/03/19 matando em torno de
700 pessoas.
O recuo das águas das
enchentes em Moçambique está permitindo mais acesso às áreas afetadas e uma
avaliação melhor do quanto as pessoas perderam. (noticiasagricolas)
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