Assembleia
Ambiental das Nações Unidas adota compromissos por um futuro mais sustentável.
· No encontro ambiental mais
importante do mundo, ministros acordaram um novo modelo para proteger os
recursos degradados do planeta.
· Líderes concordaram em
enfrentar a crise ambiental por meio de inovações e do consumo e produção
sustentáveis.
· Delegados se
comprometeram a reduzir de maneira significativa os plásticos descartáveis até
2030.
· A quarta Assembleia
Ambiental da ONU aconteceu em uma atmosfera de luto após a queda de avião da
Ethiopian Airlines com destino a Nairóbi.
O Mundo hoje preparou o terreno
para uma mudança radical por um futuro mais sustentável, em que a inovação pode
ser fomentada para enfrentar os desafios ambientais, o uso de plásticos
descartável será significativamente reduzido e o desenvolvimento não irá mais
custar tanto para o planeta.
Após cinco dias de conversas na
Quarta Assembleia Ambiental das Nações Unidas, em Nairóbi, os ministros de mais
de 170 países membros das Nações Unidas entregaram um plano audacioso por
mudança, comunicando que o mundo precisa acelerar os movimentos para um novo
modelo de desenvolvimento a fim de respeitar a visão estabelecida pelos
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para 2030.
Preocupados pelas crescentes evidências de que o planeta está cada vez mais poluído, rapidamente se aquecendo e perigosamente esgotado, os ministros prometeram atender os desafios ambientais por meio do avanço de soluções inovadoras e da adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo.
Preocupados pelas crescentes evidências de que o planeta está cada vez mais poluído, rapidamente se aquecendo e perigosamente esgotado, os ministros prometeram atender os desafios ambientais por meio do avanço de soluções inovadoras e da adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo.
“Reafirmamos que a erradicação da pobreza, mudando aquilo que é
insustentável, promovendo padrões sustentáveis de consumo e produção e
protegendo a gestão dos recursos naturais que são base para o desenvolvimento
social e econômico, são os objetivos fundamentais e as exigências essenciais
para o desenvolvimento sustentável”, disseram os ministros em sua declaração
final.
“Melhoraremos as estratégias de gestão de recursos naturais integrando perspectivas que englobem o ciclo completo da vida e análises que concretizem economias de baixo carbono e eficientes em relação aos seus recursos”.
“Melhoraremos as estratégias de gestão de recursos naturais integrando perspectivas que englobem o ciclo completo da vida e análises que concretizem economias de baixo carbono e eficientes em relação aos seus recursos”.
Mais
de 4.700 delegados, incluindo ministros do meio ambiente, cientistas,
acadêmicos, líderes empresariais e representantes da sociedade civil estavam
presentes na Assembleia: o corpo mais importante de meio ambiente a nível
global, cuja decisão definirá a agenda das nações, antevendo a Cúpula de Ação Climática
da ONU, em setembro.
O evento também resultou no
comprometimento dos ministros em promover sistemas de alimentação encorajando
práticas de agricultura resilientes, enfrentar a pobreza por meio da gestão
sustentável de recursos naturais, promover o uso e compartilhamento de dados
ambientais, e reduzir sensitivamente o uso de plásticos descartáveis.
“Nós vamos endereçar o dano causado a nossos ecossistemas pelo uso
insustentável de produtos plásticos, promovendo a redução significativa de
produtos descartáveis de plástico até 2030, e trabalharemos com o setor privado
para encontrar produtos ambientalmente amigáveis e financeiramente acessíveis”,
disseram.
Para enfrentar as lacunas de conhecimento, ministros prometeram trabalhar para produzir dados ambientais internacionais comparáveis e ao mesmo tempo aprimorar os sistemas e tecnologias de monitoramento. Eles também expressaram apoio aos esforços da ONU Meio Ambiente para desenvolver uma estratégia global para dados ambientais até 2025.
Para enfrentar as lacunas de conhecimento, ministros prometeram trabalhar para produzir dados ambientais internacionais comparáveis e ao mesmo tempo aprimorar os sistemas e tecnologias de monitoramento. Eles também expressaram apoio aos esforços da ONU Meio Ambiente para desenvolver uma estratégia global para dados ambientais até 2025.
Cidades
mais sustentáveis.
“O mundo está em uma encruzilhada, mas hoje escolhemos o caminho que seguiremos” disse Siim Kiisler, Presidente da Quarta Assembleia Ambiental da ONU e Ministro do Meio Ambiente da Estônia. “Decidimos fazer as coisas diferentemente. Desde reduzir nossa dependência dos plásticos de uso único a colocar a sustentabilidade no seio de todos os desenvolvimentos futuros, transformaremos a maneira que vivemos. Temos as soluções inovadoras que precisamos. Agora temos que adotar políticas que nos permitam suas implementações”.
“O mundo está em uma encruzilhada, mas hoje escolhemos o caminho que seguiremos” disse Siim Kiisler, Presidente da Quarta Assembleia Ambiental da ONU e Ministro do Meio Ambiente da Estônia. “Decidimos fazer as coisas diferentemente. Desde reduzir nossa dependência dos plásticos de uso único a colocar a sustentabilidade no seio de todos os desenvolvimentos futuros, transformaremos a maneira que vivemos. Temos as soluções inovadoras que precisamos. Agora temos que adotar políticas que nos permitam suas implementações”.
A Assembleia começou em luto
após o acidente de um voo da Ethiopian Airlines de Addis Ababa para Nairóbi,
que custou a vida de todas as 157 pessoas a bordo, incluindo funcionários da
ONU e outros delegados que estavam viajando para o encontro. Um minuto de
silêncio foi realizado para as vítimas na cerimônia de abertura, onde as
autoridades também prestaram homenagem ao trabalho de seus colegas.
No final da Assembleia, os
delegados adotaram uma série de resoluções não vinculantes, rumo à mudança para
um modelo de desenvolvimento diferente. Entre as resoluções, foi reconhecido
que uma economia global mais circular, em que os bens podem ser reutilizados ou
reaproveitados e mantidos em circulação pelo maior tempo possível, pode
contribuir significativamente para o consumo e a produção sustentáveis.
Outras resoluções disseram que
os Estados Membros poderiam transformar suas economias por meio de compras
públicas sustentáveis e instaram os países a apoiar medidas para lidar com o
desperdício de alimentos e para desenvolver e compartilhar as melhores práticas
nas áreas de eficiência energética e de segurança para a cadeia de frio.
As resoluções também abordaram
o uso de incentivos, incluindo medidas financeiras, para promover o consumo
sustentável e acabar com incentivos para consumo e produção insustentáveis,
quando apropriado.
Planeta
atinge o limite da sustentabilidade.
“Nosso planeta atingiu seus limites e precisamos agir agora.
Estamos muito satisfeitos que o mundo tenha respondido, aqui em Nairóbi, com
compromissos firmes para construir um futuro em que a sustentabilidade seja o
objetivo final em tudo o que fizermos”, afirmou Joyce Msuya, Diretora Executiva
Interina da ONU Meio Ambiente.
“Se os países cumprirem tudo o que foi acordado aqui e implementar
as resoluções acordadas, poderemos dar um grande passo em direção a uma nova
ordem mundial, onde não cresceremos mais às custas da natureza, mas veremos as
pessoas e o planeta prosperarem juntos.”
Um dos principais focos da
Assembleia foi a necessidade de proteger oceanos e ecossistemas frágeis. Os
ministros adotaram uma série de resoluções sobre lixo marinho plástico e
microplásticos, incluindo o compromisso de estabelecer uma plataforma
multissetorial dentro da ONU Meio Ambiente para tomar medidas imediatas para a
eliminação a longo prazo de lixo e microplásticos.
Outra resolução instava os
Estados-Membros e outros atores a endereçar o problema do lixo marinho por meio
da análise do ciclo de vida completo dos produtos e do aumento da eficiência
dos recursos.
Durante a cúpula, Antígua e
Barbuda, Paraguai e Trinidad e Tobago aderiram à campanha Mares Limpos da ONU
Meio Ambiente, elevando para 60 o número de países adeptos da maior aliança
mundial de combate à poluição marinha por plásticos, incluindo 20 da América
Latina e do Caribe.
A necessidade de agir
rapidamente para enfrentar os desafios ambientais existenciais foi ressaltada
pela publicação de uma série de relatórios durante a Assembleia.
Entre as mais devastadoras,
está uma atualização sobre a mudança do Ártico, que explica que mesmo que o
mundo cortasse as emissões em consonância com o Acordo de Paris, as
temperaturas do inverno no Ártico subiriam entre 3 a 5°C em 2050 e 5 a 9°C até
2080, devastando a região e desencadeando o aumento do nível do mar em todo o
mundo.
O relatório ‘Ligações Globais – Um olhar gráfico sobre a mudança do Ártico’ alertou que o rápido derretimento do permafrost poderia acelerar ainda mais a mudança climática e inviabilizar os esforços para cumprir o objetivo de longo prazo do Acordo de Paris de limitar o aumento da temperatura global a 2°C.
O relatório ‘Ligações Globais – Um olhar gráfico sobre a mudança do Ártico’ alertou que o rápido derretimento do permafrost poderia acelerar ainda mais a mudança climática e inviabilizar os esforços para cumprir o objetivo de longo prazo do Acordo de Paris de limitar o aumento da temperatura global a 2°C.
Consumo sustentável, todos
juntos pela Terra.
Enquanto isso, o sexto Panorama Global Ambiental, visto como a avaliação mais abrangente e rigorosa do estado do planeta, alertou que milhões de pessoas poderão morrer prematuramente devido a poluição da água e do ar até 2050, a menos que medidas urgentes sejam tomadas.
Enquanto isso, o sexto Panorama Global Ambiental, visto como a avaliação mais abrangente e rigorosa do estado do planeta, alertou que milhões de pessoas poderão morrer prematuramente devido a poluição da água e do ar até 2050, a menos que medidas urgentes sejam tomadas.
Produzido por 250 cientistas e
especialistas de mais de 70 países, o relatório mostra que o mundo tem a
ciência, tecnologia e finanças necessárias para avançar em direção a um caminho
de desenvolvimento mais sustentável, mas políticos, empresários e o público
devem apoiar e incentivar essa mudança.
A vice-secretária-geral da ONU,
Amina Mohammed, que participou da cúpula na quinta-feira, disse que uma atitude
sobre o uso insustentável de recursos não é mais uma escolha, mas uma necessidade.
“Como os Estados-Membros afirmaram durante os debates vibrantes, ao
lado da sociedade civil, empresas, comunidade científica e outras partes
interessadas, ainda é possível aumentar o nosso bem-estar e, ao mesmo tempo,
manter o crescimento econômico por meio de uma mistura inteligente de mitigação
do clima, eficiência nos recursos e políticas de proteção da biodiversidade”,
disse ela.
Como evidência dos efeitos
devastadores da atividade humana sobre a saúde do planeta, um clamor global por
ações urgentes está aumentando. Enquanto os delegados se preparavam para deixar
Nairóbi na sexta-feira, centenas de milhares de estudantes de cerca de 100
países tomaram as ruas como parte de um movimento de protesto global inspirado
na estudante sueca Greta Thunberg.
Durante seu discurso na
Assembleia Ambiental da ONU Meio Ambiente, na quinta-feira, o presidente
francês, Emmanuel Macron, disse que os jovens estavam certos em protestar e que
o mundo precisa dessa fúria para impulsionar uma ação mais rápida e mais
intensa.
“Acreditamos que o que precisamos, dada a situação em que vivemos,
são leis reais, regras que são vinculantes e adotadas internacionalmente. Nossa
biosfera enfrenta devastação total. A própria humanidade está ameaçada. Não
podemos simplesmente responder com alguns princípios que soem bem, sem qualquer
impacto real”, afirmou Macron.
O Presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta também disse que o mundo precisava agir imediatamente para enfrentar os níveis recordes de degradação ambiental, insegurança alimentar, pobreza e desemprego.
O Presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta também disse que o mundo precisava agir imediatamente para enfrentar os níveis recordes de degradação ambiental, insegurança alimentar, pobreza e desemprego.
“As estatísticas globais atuais
são bastante preocupantes e as projeções para as gerações futuras são terríveis
e exigem ações urgentes de governos, comunidades, empresas e indivíduos”, disse
ele. (ecodebate)
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