Desde o último dia 26 de
junho, os estabelecimentos do Estado do Rio de Janeiro estão proibidos de
oferecer sacos ou sacolas plásticas descartáveis aos seus clientes, devido a
aprovação da Lei 8.006/2018. Na mesma semana, a cidade de São Paulo (SP) sancionou
um projeto de lei municipal para a proibição do fornecimento de canudos
plásticos na cidade. Seguindo esse ritmo, logo medidas semelhantes estarão
presentes em todo Brasil.
E agora, o que podemos fazer?
Muitos de nós passamos a vida inteira usando copos e canudos plásticos em
festas, restaurantes e escritórios, e sacolas plásticas para as compras. Essas
mudanças são reflexo de um tema importante e discutido há muito tempo. Os
impactos que causamos ao meio ambiente precisa ser repensado urgentemente. Economia
circular, negócios de impacto, sustentabilidade, economia de baixo carbono,
empreendedorismo social, indústria 4.0… Com a definição de um novo marco legal
e diante de tantos temas relevantes, fica evidente que estamos vivenciando
momentos de grande transformação. Uma verdadeira disruptura.
Como consumidores e cidadãos, sabemos da
importância de consumir de forma consciente, priorizando produtos e serviços
que minimizem os impactos negativos ao capital natural e à biodiversidade, ao
mesmo tempo em que respeitem os direitos humanos e as relações sociais e
trabalhistas. Isso tudo, sem deixar de lado a viabilidade econômica, aspecto
igualmente importante para o equilíbrio e o desenvolvimento sustentável. Mas
como sociedade, precisamos também assumir o compromisso de produzir de forma
responsável. Em outras palavras: a conscientização sobre as responsabilidades
na atuação de cada organização, instituição e indivíduo.
As sacolas e os canudos
plásticos são a ponta do iceberg, quase como um chavão, pois representam apenas
uma tímida parcela da quantidade de plástico e de matérias-primas de origem
fóssil (como petróleo) que consumimos. No entanto, muito maior do que o impacto
na quantidade do plástico consumido, é o impacto na mudança de hábitos. E é
justamente aí que reside a grande transformação, importante e urgente. Esta
mudança ocorre mais lentamente do que a adaptação tecnológica, já que vivemos
tempos de inovação acelerada, pois envolve questões culturais, econômicas,
sociais, dentre tantas outras.
No caso dos canudos, por
exemplo, foram adotadas inúmeras formas de conscientização da população sobre
os perversos impactos do plástico sobre a vida marinha e a terrestre. Vídeos,
postagens e campanhas diversas evidenciando a realidade com o engajamento de
tantas pessoas famosas e não famosas, foram cruciais para desencadear o
processo de revisão sobre a maneira como consumimos.
Apesar da dificuldade de se
conscientizar uma população de que o novo modelo é melhor do que o modelo
anterior, a mudança de hábitos passa a ser duradoura. “A mente que se expande a
uma nova ideia, jamais retornará ao seu estado original”, Einstein declarou
muito sabiamente.
Torçamos para que esta premissa
possa valer também para tantos outros produtos e processos que precisamos
rever. Embora recente e, talvez ainda pouco consolidado, dificilmente
voltaremos a consumir canudos plásticos. O mesmo se aplica às sacolas
plásticas. Elas são só o começo. E não tem mais volta.
Os chamados saquinhos
"verdes" não são tão ecológicos assim: após três anos enterrados,
eles continuam capazes de carregar as compras do supermercado, segundo estudo.
A solução é acabar em definitivo com o uso das chamadas sacolas descartável. (ecodebate)
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