Desmatamento e degradação
aumentam na Amazônia em setembro deste ano, aponta monitoramento do Imazon.
Desmatamento teve um
crescimento de 80% e a degradação aumentou 787% na Amazônia Legal, em
comparação a setembro de 2018. Pará lidera o ranking dos estados que mais
desmataram.
De acordo com o Instituto do
Homem e Meio Ambiente da Amazônia, Imazon, em setembro deste ano, a Amazônia
perdeu 802 km² de floresta. Os dados são do Sistema de Alerta de Desmatamento
(SAD), sistema de monitoramento liderado por pesquisadores brasileiros. Esses
dados mostram aumento de 80% em relação a setembro de 2018, quando foram
detectados 444 km². O estado onde mais ocorreu desmatamento foi o Pará (53%),
seguido de Rondônia (13%), Amazonas (11%), Acre (11%), Mato Grosso (10%) e
Roraima (2%).
A degradação na Amazônia
Legal também aumentou. Em setembro deste ano, 1.233 km² de floresta foram
degradados, um valor 787% maior que setembro do ano passado, quando a área
degradada foi de 139 km². O estado líder na degradação foi o Mato Grosso (55%),
em seguida vem Pará (33%), Rondônia (6%), Acre (3%) e Amazonas (3%).
Desmatamento e degradação
O Imazon classifica desmatamento como o processo
de realização do corte raso, que é a remoção completa da vegetação florestal.
Na maioria das vezes, essa floresta é convertida em áreas de pasto. Já a
degradação é caracterizada pela extração das árvores, normalmente para fins de
comercialização da madeira. Outros exemplos de degradação são os incêndios
florestais, que podem ser causados por queimadas controladas em áreas privadas
para limpeza de pasto, por exemplo, mas que acabam atingindo a floresta e se
alastrando.
Ranking do desmatamento
O município de Pacajá,
localizado no sudeste do Pará, que não aparecia na lista dos municípios que
mais desmatam, em setembro registrou a maior área de floresta desmatada: 45
km². São Félix do Xingu e Altamira, também no Pará, vem em seguida. Os dois
municípios se mantiveram nas primeiras posições do ranking, em segundo e
terceiro lugar respectivamente.
Do total do desmatamento, 14%
foi registrado em Unidades de Conservação. As mais desmatadas foram Reserva
Extrativista Chico Mendes (AC), Área de Proteção Ambiental Triunfo do Xingu
(PA) e Reserva Extrativista Jaci Paraná (RO). As Terras Indígenas também foram
alvo do desmatamento. As que mais perderam área florestal foram Apyterewa,
Cachoeira Seca do Iriri e Ituna/Itatá, todas no Pará.
SAD – O
Sistema de Alerta de Desmatamento é uma ferramenta de monitoramento, baseada em
imagens de satélites, desenvolvida pelo Imazon para reportar mensalmente o
ritmo do desmatamento e da degradação florestal da Amazônia. Operando desde
2008, atualmente o SAD utiliza os satélites Landsat 7 (sensor ETM+), Landsat 8
(OLI), Sentinel 1A e 1B, e Sentinel 2A e 2b (MSI) com os quais é possível
detectar desmatamentos a partir de 1 hectare mesmo sob condição de nuvens.
Imazon – O
Imazon é um instituto nacional de pesquisa, sem fins lucrativos, composto por
pesquisadores brasileiros, fundado em Belém há 29 anos. Através do sofisticado
Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD), a organização realiza, há mais de uma
década, o trabalho de monitoramento e divulgação de dados sobre o desmatamento
e degradação da Amazônia Legal, fornecendo mensalmente alertas independentes e
transparentes para orientar mudanças de comportamento que resultem em reduções
significativas da destruição das florestas em prol de um desenvolvimento
sustentável.
Área desmatada em Altamira,
no estado do Pará.
Acesse o boletim
completo aqui.
Entenda mais sobre o
SAD aqui. (ecodebate)
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