Estimativa de desmatamento por corte raso para a
Amazônia Legal em 2019 é de 9.762 km², quase 30% maior que 2018.
O
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgou em 18/11/19 a
estimativa da taxa de desmatamento para os nove estados da Amazônia Legal
Brasileira. O valor estimado é de 9.762 km² para o período de agosto de 2018 a
julho de 2019. Esse valor representa um aumento de 29,54% em relação a taxa de
desmatamento apurada pelo PRODES 2018 que foi de 7.536 km².
Esta
taxa é fruto dos dados gerados pelo Projeto de Monitoramento do Desmatamento na
Amazônia Legal por Satélite (PRODES). O mapeamento utilizou imagens do satélite
Landsat ou similares para registrar e quantificar as áreas desmatadas maiores
que 6,25 hectares. O PRODES considera como desmatamento a remoção completa da
cobertura florestal primária por corte raso, independentemente da futura
utilização destas áreas.
A
Tabela 1 apresenta a distribuição da estimativa do desmatamento para o ano de
2019 por estados.
Tabela 1 – Distribuição da estimativa por estado.
A
Tabela 2 apresenta as variações da taxa para cada estado entre os anos de 2018
e 2019. A análise desta tabela mostra um crescimento do desmatamento nos
estados que já indicavam maior contribuição, com exceção do estado de Rondônia,
que tem uma expressiva taxa de desmatamento e mostrou uma pequena diminuição no
desmatamento entre 2018 e 2019.
Tabela 2 – Valores absolutos e variação percentual para cada estado.
Como apresentado na Tabela 2, os estados do Pará, Mato Grosso, Amazonas e Rondônia apresentam 84,13% de todo desmatamento observado nas cenas prioritárias. Isso fica espacialmente explícito na Figura 1, que apresenta o mapa de calor para ocorrência de desmatamento.
Figura 1 – Mapa de calor da ocorrência de desmatamento nas 99 cenas prioritárias usadas na estimativa do PRODES 2019.
Como apresentado na Tabela 2, os estados do Pará, Mato Grosso, Amazonas e Rondônia apresentam 84,13% de todo desmatamento observado nas cenas prioritárias. Isso fica espacialmente explícito na Figura 1, que apresenta o mapa de calor para ocorrência de desmatamento.
Figura 1 – Mapa de calor da ocorrência de desmatamento nas 99 cenas prioritárias usadas na estimativa do PRODES 2019.
Para
gerar esta estimativa, o INPE analisou um subconjunto de 99 cenas do sensor
OLI/Landsat-8 dentro das 229 que recobrem a Amazônia Legal. As 99 cenas
selecionadas como prioritárias atendem a três critérios:
1)
cobrir a região onde foram registrados pelo menos 90% do desmatamento no
período anterior do PRODES (agosto/2017 a julho/2018);
2)
cobrir regiões onde foram registrados pelo menos 90% dos avisos de desmatamento
do DETER 2018/2019;
3)
cobrir os 39 municípios prioritários para fiscalização referidos no Decreto
Federal 6.321/2007 e atualizado em 2018 pela Portaria No. 428 do Ministério do
Meio Ambiente (MMA). A localização dessas 99 cenas é mostrada na Figura 2.
Figura 2 – Áreas em laranja indicam as 99 cenas OLI/Landsat-8 selecionadas para a estimativa PRODES 2019.
Figura 2 – Áreas em laranja indicam as 99 cenas OLI/Landsat-8 selecionadas para a estimativa PRODES 2019.
Para
explicitar a confiabilidade dessa estimativa, o valor da estimativa do
desmatamento foi simulado para 1.000 conjuntos de 89 cenas selecionadas
aleatoriamente dentre as 99 cenas prioritárias. Os resultados das medianas se
mostraram bastante próximos das estimativas dos estados baseadas nas 99 cenas e
das médias. A proximidade dos valores de tendência central mostrou uma boa
capacidade preditiva e a amplitude dos desvios padrões mostrou que a quantidade
amostrada foi adequada. A Tabela 3 mostra os resultados (desvio padrão,
estimativa, média e mediana) encontrados para cada um dos estados, apresentados
em km². Todas as curvas para as 1.000 simulações estão na Figura 3.
Figura 3 – Simulação da
estimativa, utilizando 1000 conjuntos de 89 cenas, distribuição por estado. A
linha tracejada em vermelho são os valores mínimos; a linha tracejada em azul
são os valores máximos; a linha preta cheia, o valor da média; a linha
tracejada verde, o valor da mediana; e a linha pontilhada azul mostra o desvio
padrão.
A
confiança dessa estimativa pode também ser observada pela grande quantidade de
cenas usadas na sua produção. Com o uso das 99 cenas Landsat/OLI foi possível
cobrir 95,5% da região com ocorrência de desmatamentos no ano PRODES 2018. Como
o desmatamento é um evento com forte correlação espacial, a expectativa de
ocorrência de muitos focos de desmatamento fora dessa área é pequena.
As
Figuras 4 e 5 mostram respectivamente a série histórica do PRODES para a
Amazônia Legal em km² e a variação relativa entre os anos, para toda a série de
taxas do PRODES.
Figura 4 – Taxa anual de desmatamento desde 1988 na Amazônia Legal. Em azul a estimativa para 2019.
Figura 5 – Variação relativa anual das taxas do PRODES na Amazônia Legal. Em azul a estimativa para 2019.
Figura 4 – Taxa anual de desmatamento desde 1988 na Amazônia Legal. Em azul a estimativa para 2019.
Figura 5 – Variação relativa anual das taxas do PRODES na Amazônia Legal. Em azul a estimativa para 2019.
O
INPE reforça que os valores apresentados são uma estimativa da taxa de
desmatamento para o PRODES 2019. A taxa consolidada será apresentada quando for
completado o processamento de todas as 229 cenas que recobrem a Amazônia Legal.
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