Emergência Climática –
Mudanças climáticas impactam a economia e a saúde da população.
Entenda como o aquecimento
global impacta o futuro da humanidade.
Consequências das mudanças
climáticas têm norteado estudos sobre o tema e demonstram como a economia e a
saúde da população são diretamente afetadas.
A Conferência das Partes (COP
25) da ONU, realizada em Madri até 13/12/19, reforça as discussões sobre a
necessidade da redução das emissões de gases de efeito estufa e controle do
aquecimento do planeta. Com o slogan Time for Action (Hora da Ação, em
português), a Cúpula do Clima reúne representantes de cerca de 200 países para
uma luta mais urgente contra a crise climática.
Registros de temperaturas
recorde e eventos climáticos extremos já demonstram que as ações dos países
signatários precisam ser mais eficientes – até mesmo para colocar em prática os
compromissos assumidos no Acordo de Paris, em 2015, com a manutenção da
temperatura média da Terra a 1,5ºC acima dos níveis da era pré-industrial.
Atualmente, novo documento aponta temperatura cerca de 1ºC mais alta. As
consequências do aquecimento global têm norteado estudos e relatórios que
demonstram como o futuro da humanidade no planeta está comprometido em várias
áreas se medidas urgentes não forem tomadas.
Impacto na produção de
alimentos e economia
O aumento da temperatura do
planeta em 1ºC resultará na redução de 7,4% da produção mundial de milho, 6% na
de trigo e mais de 3% na de arroz. Os dados são do relatório do Painel
Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), divulgado em 2019 a partir
do trabalho de mais de 100 especialistas de 52 países.
O climatologista Carlos
Nobre, pesquisador do Instituto de Estudos Avançados (USP) e membro da Rede de
Especialistas em Conservação da Natureza, alerta que se o Acordo de Paris não
for cumprido, o Brasil poderá sofrer consequências na produção de alimentos.
“Com o aumento da temperatura entre 3°C e 4°C, o país perde sua condição de
grande produtor agrícola na maioria das regiões. A pecuária e as exportações
também serão afetadas”, afirma.
Prejuízos para saúde
Um relatório publicado pela
revista científica The Lancet, em novembro, aponta que as próximas gerações
sofrerão mais problemas de saúde como consequências do aquecimento global. A
redução na produção de alimentos é apontada como um dos motivos, por gerar fome
e desnutrição – principalmente em regiões mais pobres.
A poluição do ar é outro
problema apontado. De acordo com o estudo, mais de 7 milhões de pessoas, em
todo o mundo, morreram de forma prematura, em 2016, devido à poluição. No
Brasil, o problema vitimizou cerca de 24 mil pessoas no mesmo ano. As crianças,
que ainda estão com o sistema imunológico em desenvolvimento, são as que mais
sofrem as consequências, apresentando complicações como a asma.
Acidificação e elevação do
nível dos oceanos
O dióxido de carbono (CO2)
emitido na atmosfera também é absorvido pelos oceanos, resultando na
acidificação dos mares. De acordo com Nobre, desde a Revolução Industrial, a
acidez nas águas oceânicas aumentou 30%. “Se não conseguirmos sucesso no Acordo
de Paris, o oceano vai ficar tão ácido, no final do século, que 40% da vida
marinha irá desaparecer”, analisa.
Além disso, o nível médio dos oceanos vem subindo gradativamente. Um estudo do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas aponta que algumas cidades brasileiras como Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Belém estão em maior risco pelo aumento do nível do mar.
Além disso, o nível médio dos oceanos vem subindo gradativamente. Um estudo do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas aponta que algumas cidades brasileiras como Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Belém estão em maior risco pelo aumento do nível do mar.
“Mesmo se hipoteticamente a
gente parasse as emissões, o aumento do nível dos oceanos continuaria por
muitos séculos. Com a tendência de degelo da Groenlândia e da Antártica
Ocidental, o aumento do nível pode ultrapassar vários metros em alguns
séculos”, finaliza o climatologista. (ecodebate)
Nenhum comentário:
Postar um comentário