quinta-feira, 9 de abril de 2020

Emissões globais de CO2 do setor energético permanecem estáveis

Apesar da redução de 400 milhões de toneladas de emissão em países desenvolvidos no último ano, volume de nações emergentes cresceu 400 milhões.
As emissões globais de CO2 do setor energético permaneceram estáveis em 33,3 bilhões de toneladas de gás carbônico entre 2018 e 2019. A informação foi anunciada Agência Internacional de Energia (IEA) em 12/02/20. No período, a conta ficou no zero a zero. Apesar da redução de 400 milhões de toneladas de emissão de CO2 em países desenvolvidos, incluindo Estados Unidos e Europa, o volume de países emergentes cresceu 400 milhões.
No relatório do IEA, o uso de fontes renováveis de energia (como solar e eólica), a ampliação da nuclear e a substituição de carvão por gás natural contribuíram para a redução de emissões em nações ricas, às quais o IEA se refere como “economias avançadas”. Conforme o IEA, a estabilização é essencial para conter a mudança climática, mas é preciso uma ação muito mais marcante para reduzir o aquecimento global em um acréscimo de até 2°C.
“A partir desse resultado, vamos intensificar o nosso trabalho para que 2019 sejam lembrados como pico definitivo nas emissões globais, e não só mais uma pausa no crescimento”, afirmou Faith Birol, diretor executivo do IEA, em comunicado à imprensa. “Essa estabilidade nas emissões é bem-vinda e traz otimismo para que possamos lidar com a mudança climática nesta década”, acrescentou.
Segundo o relatório, há uma tendência de queda de emissões de CO2 em épocas de crise econômica global, como ocorreu em 2018. Porém, em 2019, o PIB global cresceu 2,9% sem que as emissões aumentassem.
Em postagem no Twitter, a secretária-executiva da Convenção do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), Patrícia Espinosa, definiu o anúncio da IEA como “excelente notícia”. “Isso demonstra que a transição para energia limpa começou”, disse. “Agora, precisamos urgentemente acelerar a transição para atingir as metas de temperatura do acordo do clima de Paris.”
Por outro lado, alguns cientistas afirmam que ainda é cedo para celebrar. “Analisar apenas um ano menor que outro é muito pouca informação para prever uma melhora, porque são muitas variáveis envolvidas”, diz Suzana Kahn Ribeiro, especialista em planejamento energético e vice-diretora da Coppe-UFRJ.
Um fator importante que precisa ser levado em consideração é a demanda por energia em gigantes como China e na Índia. Segundo Suzana, o futuro das emissões vai depender de como esses países abastecerão suas redes locais.
Ao contrário de outros países emergentes, o Brasil está evoluído na questão energética, apesar de passar por um grande desmatamento na Amazônia no período. “O Brasil deu um salto razoável na energia eólica, ainda estamos muito aquém com energia solar. Uma fonte que tem todos os requisitos para colocar o país numa situação privilegiada”, afirma Kahn Ribeiro.
De maneira geral, esse resultado está longe de alcançar os compromissos de Paris, que prevê uma queda acentuada para conter as emissões a ponto de evitar o aquecimento de 2°C. (portalsolar)

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