Os 40 países com maior
decrescimento populacional entre 2020 e 2100.
“O consumo humano, a população e
a tecnologia alcançaram aquele estágio em que a mãe Terra não aceita mais nossa presença em silêncio” - Dalai Lama.
A população mundial de 7,8
bilhões de habitantes em 2020 deve passar para 10,9 bilhões em 2100, segundo as
projeções demográficas divulgadas pela Divisão de População da ONU (revisão 2019).
Mas, a despeito do aumento global, um grande grupo de países vai ter a
população reduzida nos próximos 80 anos, conforme mostra a tabela abaixo.
Os países que terão a maior
queda relativa são os de baixo da tabela, com destaque para a Albânia que deve
ter a população reduzida em quase dois terços, passando de 2,9 milhões de
habitantes em 2020 para 1 milhão em 2100, uma redução de 1,8 milhão. Porto Rico
– que é um território não incorporado dos Estados Unidos – tem visto a
população declinar velozmente em função de uma grave crise econômica que tem
enfraquecido o país nos últimos 15 anos e tem sido vítima de furacões intensos.
A população porto-riquenha de 2,9 milhões de habitantes em 2020 deve cair para
1,2 milhão em 2100 (reduzindo o tamanho atual para 43%). A Sérvia com população
de 8,7 milhões de habitantes em 2020 deve ter uma diminuição de 4,5 milhões de
pessoas, atingindo um montante de 4,3 milhões em 2100 (redução de 52%).
Bósnia e Herzegovina e a
República da Moldova devem apresentar redução de exatos 50% da população nos
próximos 80 anos. Croácia e Bulgária devem ficar próximas na redução relativa e
ter redução de quase 50% no período. A Ucrânia que tinha uma população de 51,5
milhões de habitantes em 1990 já vai ter uma população de 43,7 milhões em 2020
e uma redução para 24,4 milhões em 2100.
No leste asiático o destaque
do decrescimento são duas economias ricas. A Coreia do Sul com população de
51,3 milhões de habitantes em 2020 deve ter uma redução para 29,5 milhões em
2100 (ficando 58% do tamanho de 2020). O Japão com população de 126,5 milhões
de habitantes em 2020 terá uma queda para 75 milhões em 2100, perdendo mais de
50 milhões de habitantes (41% do total de 2020).
Crescimento populacional fará
mundo mudar de cara até 2100.
Fertilidade alta levará
África, e não Ásia, a concentrar expansão; Brasil terá boom de idosos.
Na América Latina, além de
Porto Rico, outros países que vão ter grande declínio populacional são Cuba,
Jamaica, Trinidad e Tobago e El Savador. Entre 2020 e 2100, a população de Cuba
deve cair de 11,3 milhões para 6,7 milhões, a da Jamaica de 3 milhões para 1,8
milhão, Trinidad e Tobago de 1,4 milhão para 969 mil habitantes e El Salvador
de 6,5 milhões para 4,8 milhões. Mas o país latino-americano que vai apresentar
o maior declínio absoluto será o Brasil que passará de 212,6 milhões de
habitantes em 2020 para 180,7 milhões em 2100, um decréscimo de 31,9 milhões
(queda de 15%). A Colômbia terá queda de 11% da população nos 80 anos.
Contudo, a maior queda
absoluta ocorrerá na China, que com população de 1,44 bilhão de habitantes em
2020 passará para 1,06 bilhão em 2100, uma redução de 374 milhões de pessoas
(queda de 26%). A China perderá o primeiro lugar para a Índia em 2027 e depois
vai ter uma grande redução no volume populacional, porém continuará sendo um
país altamente povoado.
No total dos 40 países a
redução será de 680 milhões de habitantes nos 80 anos, resultado de uma queda
de 2,6 bilhões de habitantes em 2020 para 1,9 bilhão em 2100 (queda de 26%).
Evidentemente, esta queda que ocorrerá nestes 40 países será facilmente
compensada pelo crescimento que ocorrerá em 35 países de grande crescimento que
devem passar de 3,27 bilhões de habitantes em 2020 para 6,43 bilhões em 2100,
dobrando de tamanho, com acréscimo de 3,2 bilhões de pessoas.
Ou seja, embora os 40 países
listados na tabela acima apresentem uma redução do volume da população de 680
milhões entre 2020 a 2100, apenas 35 países terão um aumento de 3,2 bilhões de
habitantes (como mostrado em outro artigo). Desta forma, os desafios de uma
população crescente estarão presentes ao longo do século XXI ao mesmo tempo que
haverá decrescimento demográfico em alguns lugares.
O mundo está dividido demograficamente, sendo
que o crescimento populacional deve agravar os problemas ambientais, ao mesmo
tempo que o decrescimento pode dar um certo alívio ecológico em alguns países.
Mundo terá 10,9 bilhões de
pessoas em 2100, diz relatório da ONU.
Aumento e envelhecimento da
população serão contínuos, mas desiguais entre os países; Brasil, com 212
milhões de habitantes, cresce até 2045, mas encolherá até o fim do século.
(ecodebate)
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