Relatório afirma que mudança
climática provoca aumento de mortes, doenças e fome no planeta.
Novo relatório destaca
consequências do fenômeno global como subida do nível do mar e recordes de
temperatura; secretário-geral afirmou que 2020 é um ano chave para enfrentar a
emergência climática.
A Organização Meteorológica
Mundial, OMM, publicou relatório que mostra as consequências da mudança
climática em todo o mundo, como aumento da temperatura, subida do nível dos
oceanos e derretimento do gelo.
O relatório foi lançado em
Nova Iorque pelo chefe da agência, Petteri Taalas, e pelo secretário-geral,
António Guterres.
Custos
Falando aos jornalistas, o
chefe da ONU destacou o custo humano e econômico com o efeito de secas,
incêndios florestais, inundações e tempestades extremas. E disse que 2020 é um
ano chave para enfrentar a emergência climática.
Guterres afirmou que o mundo
“conta o custo” dessa mudança “em vidas humanas, com secas, incêndios,
cheias e tempestades extremas que têm consequências mortais.” Segundo ele, não
há tempo a perder “para evitar uma catástrofe climática”.
O ano de 2019 terminou com
uma temperatura média global de 1,1°C acima dos níveis pré-industriais.
Guterres disse que o mundo “está fora do caminho para cumprir as metas de 1,5°C
ou 2°C que o Acordo de Paris exige”.
Temperatura
Segundo a pesquisa, o quinquênio 2015-2019 foi o mais quente da história, e o mesmo ocorreu na década
passada. Desde a década de 1980, cada década tem sido mais quente do que
qualquer década anterior desde 1850.
Para o chefe da ONU, a
pesquisa “mostra como são urgentes ações climáticas de longo alcance”.
As concentrações de gases de
efeito estufa estão nos níveis mais altos em 3 milhões de anos, como visto em
2019. O aquecimento dos oceanos também está num nível recorde, com temperaturas
subindo no equivalente a cinco bombas de Hiroshima por segundo.
Vista aérea das áreas em
Moçambique que foram afetadas pelo ciclone Idai.
O chefe da OMM afirmou que
“como os níveis de gases efeito estufa continuam aumentando, o aquecimento
também continuará”. Segundo Petteri Taalas, um novo recorde anual de
temperatura deve ser atingido nos próximos cinco anos.
Sinais
O especialista destacou
vários sinais negativos, como o mês de janeiro, que foi o mês de janeiro mais
quente desde que há registos. Para Taalas, o aumento da temperatura é um
indicador da mudança climática.
O chefe da OMM ressaltou
ainda a fumaça e poluentes causados por incêndios na Austrália, que causaram um
aumento nas emissões de CO2, e os recordes de temperaturas
registrados na Antártica e o derretimento em larga escala.
Segundo Taalas, “o nível do
mar está subindo a um ritmo crescente, em grande parte devido à expansão
térmica da água do mar e ao derretimento das maiores geleiras, como na
Groenlândia e na Antártica.” Tudo isso “está expondo as áreas costeiras e as
ilhas a um risco maior de inundações e a submersão de áreas baixas”.
Mudanças
A pesquisa também mostra os
efeitos que as alterações do clima têm no desenvolvimento socioeconômico, na
saúde humana, n migração, na segurança alimentar e nos ecossistemas terrestres
e marinhos.
O relatório inclui
informações de serviços nacionais de meteorologia e hidrologia e contribuições
de especialistas internacionais, instituições científicas e agências das Nações
Unidas.
Serviços de Emergência e Incêndio de
Queensland.
Relatórios da Austrália mostram que
mais de 10 milhões de hectares, uma área do tamanho da Inglaterra, queimaram na
2ª semana de janeiro. (ecodebate)
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