Polo Sul está esquentando
três vezes mais rápido do que o resto do mundo.
Pesquisadores da Universidade
Victoria de Wellington, na Nova Zelândia, relacionaram aumento da temperatura
no Polo Sul ao desequilíbrio no clima dos trópicos.
O Polo Sul está
esquentando três vezes mais rápido que o resto do mundo, segundo uma pesquisa
da Universidade Victoria de Wellington, na Nova Zelândia. O estudo foi
publicado em 29/06/20 na Nature Climate Change.
O aumento da
temperatura média no polo parece estar ligado ao que está acontecendo nos
trópicos. De acordo com os cientistas, o aumento do movimento ascendente nos
trópicos parece ter fortalecido os ciclones no Oceano Atlântico Sul e
incentivado o ar quente e úmido a viajar mais para o interior continental da
Antártica.
Nas novas
análises, a equipe da Nova Zelândia descobriu que a temperatura no Polo Sul
aumentou aproximadamente 1,8ºC desde 1989. Como explicam os cientistas, é
difícil implicar quanto desse aquecimento pode ser atribuído ao aumento das
emissões de gases de efeito estufa, mas a média dos modelos climáticos
corroboram esta hipótese.
De acordo com os
especialistas, o aquecimento resultou de uma forte anomalia ciclônica no mar de
Weddell, causada pelo aumento da temperatura da superfície do mar no oeste do
Oceano Pacífico tropical. Este fenômeno, por sua vez, transferiu o ar quente e úmido
do Atlântico Sul para o interior da Antártica, aquecendo a região.
"Isso mostra
como o clima da Antártica está intimamente ligado à variabilidade
tropical", ponderou Clem. "Nosso estudo também mostra como a
variabilidade interna da atmosfera pode induzir mudanças climáticas regionais
extremas em todo o interior da Antártica, que mascararam qualquer sinal de
aquecimento antropogênico [resultado da ação do homem] por lá durante o século
21."
Enquanto o aquecimento observado está em grande parte ligado à variabilidade natural, os seres humanos claramente também desempenharam seu papel nessas mudanças. Os estudiosos ainda compararam o aquecimento observado com a tendência de aumento da temperatura para os últimos 30 anos estimada em 52 outros estudos. Segundo eles, 10% dos modelos indicavam tendências de aquecimento maiores que o observado.
"No entanto, comparar a tendência de aquecimento observada apenas às tendências de aquecimento mais altas de cada modelo é como comparar alturas entre os jogadores da NBA", exemplificou Clem. "Só porque LeBron James não é a pessoa mais alta da NBA não significa que ele não seja extraordinariamente alto. No entanto, não podemos concluir definitivamente que a altura dele esteja fora do intervalo de variações naturais da altura em humanos". (revistagalileu)
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