Alertas de desmatamento na
Amazônia têm novo pico em junho/2020.
Os alertas de desmatamento
atingiram 1.034 km2 em junho, segundo o Instituto Nacional de
Estudos Espaciais. É uma área 11% maior do que a verificada em 2019 e o pior
mês de junho da série histórica do sistema de monitoramento Deter-B, iniciado
em 2015.
O novo pico de desmatamento
vem a público dois meses depois do início da Operação Verde Brasil 2, na qual o
Exército foi enviado à Amazônia, em tese, para combater crimes ambientais. E um
dia depois de o governo se reunir com investidores estrangeiros para tentar
tranquilizá-los sobre a situação ambiental do país.
“Enquanto o Planalto se
esforça para tentar enganar o mundo de que preserva a Amazônia, a realidade dos
números revela que o governo Bolsonaro está colaborando na destruição da maior
floresta tropical do planeta”, disse Marcio Astrini, secretário-executivo do
Observatório do Clima. “Sob Bolsonaro, vivemos o pior momento da agenda
ambiental de nosso país”.
A área de alertas de
desmatamento em 2020, um mês antes do fim do período de apuração dos dados, já
é 10% maior do que em todo o ano de 2019. São 7.566 km2 em 11 meses,
contra 6.844 km2 nos 12 meses do período anterior (o desmatamento é
medido de agosto de um ano a julho do ano seguinte). Caso os alertas em julho
se mantenham na média dos últimos quatro anos, a área total em 2020 será maior
que 8.500 km2.
Os alertas não são a taxa
oficial de desmatamento; são sempre uma subestimativa da real área desmatada,
já que o sistema Deter, criado para orientar a fiscalização, é “míope” e não
enxerga derrubadas pequenas. Isso significa que a taxa real de desmatamento
tende a ser bem maior — em média, 50% maior, mas essa proporção varia muito de
ano a ano — do que o visto nos alertas.
No ano passado, os alertas de
6.844 km2 implicaram uma taxa de desmatamento de 10.129 km2,
a maior desde 2008. Caso as motosserras sigam em ritmo intenso em julho, a taxa
de desmatamento pode ultrapassar os 12 mil km2. Isso é três vezes
mais do que o Brasil se comprometeu a atingir em 2020 na PNMC (Política
Nacional de Mudança do Clima), a lei climática nacional.
Em seu comunicado ao governo
em 09/07/20, os mais de 30 investidores globais, que detêm ativos de mais de R$
20 trilhões, disseram ao governo que um dos indicadores que eles avaliariam no
comportamento ambiental do Brasil seria o cumprimento da meta de desmatamento
da PNMC. (ecodebate)
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