População mundial cairá a
partir de 2050, e superpotências serão alteradas.
Brasil
atingirá pico populacional em 2043, quando se estima que terá 235 milhões de
habitantes.
O relatório prevê que a
população mundial atingirá um pico de cerca de 9,7 bilhões em 2064, mas cairá
para 8,8 bilhões até o final do século, um declínio de mais de 50% em 23
países, incluindo Japão, Tailândia, Itália e Espanha.
O Brasil deve atingir o pico
populacional em 2043, quando terá 245 milhões de habitantes.
Segundo o estudo, esse número deve cair nos anos seguintes. O País deve
terminar o século com 164 milhões de pessoas.
Na grande maioria dos países
analisados, 183 de 195, a Taxa de Fertilidade Total (TFR) estará em níveis que
não permitirão manter o tamanho de suas populações, a menos que sejam
implementadas políticas de imigração liberais, adverte o estudo.
A TFR geral poderia cair de
2,37 em 2017 para 1,66 em 2100, bem abaixo da taxa mínima de 2,1 necessária
para manter estáveis os números da população - o que os cientistas chamam de
"nível de reposição".
Dessa forma, o estudo prevê
"enormes mudanças" na "estrutura etária global" até 2100,
quando cerca de 2,37 bilhões de pessoas terão mais de 65 e 1,7 bilhões com
menos de 20 anos.
Nesse contexto, a Índia e a
China passariam por grandes declínios quanto às pessoas em idade de trabalhar,
o que retardaria seu crescimento econômico e causaria mudanças no equilíbrio de
poder global.
Embora os especialistas
prevejam que a China substituirá os Estados Unidos como a maior economia do
mundo em termos de produto interno bruto (PIB) em 2035, ela poderá experimentar
um declínio demográfico rápido a partir de 2050, com uma redução de 1% em sua
força de trabalho, de 950 milhões em 2017 para 357 milhões em 2100. Assim, os
EUA voltariam ao topo até 2098, desde que a imigração continue alimentando a
sua força de trabalho.
Por outro lado, o estudo aponta que a Índia poderia ser o único país asiático capaz de proteger sua força de mão de obra, apesar do fato de que a população ativa cairia de 762 milhões em 2017 para 578 milhões em 2100, o que colocaria seu produto interno bruto em terceiro lugar - há três anos, apareceu em sétimo.
Procissão religiosa celebrada em homenagem ao deus hindu Muruga, em Ahmedabad, na Índia.
População mundial chegará a
9,7 bilhões em 2050, prevê ONU.
O índice de nascimentos será
de 2,2, pouco acima do necessário para garantir a substituição geracional.
Na Europa, o Reino Unido, a
Alemanha e a França permaneceriam no 'top 10' do ranking do PIB no final do
século, enquanto a Itália e a Espanha cairiam para a 25ª e a 28ª posições,
respectivamente. O fator preponderante é que suas populações aumentaram de um
pico de 61 milhões em 2014 e 46 milhões em 2017, nessa ordem, para mínimos de
30,5 milhões e 23 milhões em 2100.
O aumento das populações dos
países da África Subsaariana fortaleceria o poder dessa região na geopolítica
global, com uma posição particularmente dominante para a Nigéria.
As projeções dos autores para
esse país apontam que ele seria o único entre os dez mais populosos do mundo a
aumentar sua força de trabalho, de 86 milhões em 2017 para 458 milhões em 2100,
um aumento que elevaria seu PIB para a nona colocação, quatro à frente de três
anos atrás.
Migração
"O crescimento
populacional contínuo ao longo do século não é mais a trajetória mais provável.
Este estudo oferece uma oportunidade para os governos de todos os países começarem
a repensar suas políticas sobre imigração, trabalho e desenvolvimento econômico
para enfrentar os desafios apresentados pelas mudanças demográficas",
afirmou o diretor do IHME, Christopher Murray, em comunicado.
Os autores lembram que para
aqueles países com altos índices com PIB elevado, mas taxas de fertilidade
incapazes de compensar a perda de população, a melhor solução para manter os
níveis atuais, crescimento econômico e segurança geopolítica são aplicar
políticas de migração abertas. E sugerem que haja apoio para que as famílias
tenham o número de filhos desejado.
"Há um perigo muito real, no entanto, que diante do declínio populacional, alguns países possam considerar políticas que restrinjam o acesso aos serviços de saúde reprodutiva, com consequências potencialmente devastadoras. É imperativo que a liberdade e os direitos das mulheres estejam na vanguarda da agenda de desenvolvimento de todo governo", concluiu Murray.
Como e porquê a Ásia vai voltar a ser o centro econômico do mundo (demograficamente sempre o foi) após cerca de 200 anos de domínio ocidental.
Evolução da população mundial 1950-2050 – O caso da Ásia – 2. (OESP)
Nenhum comentário:
Postar um comentário