Três
a cada quatro europeus querem que o acordo comercial UE-Mercosul seja
interrompido se ele contribuir para o desmatamento da Amazônia e outros danos
ambientais, de acordo com uma pesquisa do Instituto YouGov divulgada agora.
A
pesquisa, realizada na França, Alemanha, Holanda e Espanha, procurou entender a
percepção pública sobre o acordo comercial diante da escalada de violência da
atual temporada de incêndios florestais na Amazônia.
O
INPE divulgou em 11/09/20 o dado final de alertas de desmatamento no bioma
Amazônia no mês passado. Foram 1.358 km2, o 2º pior agosto da série
histórica do sistema Deter-B, iniciada em 2015.
Em
média, 70% do público dos países pesquisados também quer que a UE só concorde
com acordos comerciais que estejam de acordo com seus compromissos de enfrentar
a mudança climática. O percentual é mais alto na Espanha (82%), seguida de
França, Holanda e Alemanha (79%, 75% e 72%, respectivamente).
Os
resultados da pesquisa, liberados em 10/09/20, vão ao encontro dos números
alcançados por uma petição organizada por ONGs, que coletou quase 1,7 milhões
de assinaturas desde o começo de agosto em apoio à suspensão do acordo
comercial UE-Mercosul enquanto a Amazônia estiver em chamas.
“Este acordo nos faz retroceder”, avalia Martin Konecny, coordenador da Rede Seattle a Bruxelas, uma das organizações que promoveram a petição. “O acordo UE-Mercosul vai exacerbar o desmatamento e a crise climática através da expansão das exportações de automóveis e da expansão das monoculturas de ração e terras de pastagem. Agora é o momento de parar este acordo do passado e iniciar uma cooperação que coloque as pessoas e o planeta em primeiro lugar”.
Nuvens de fumaça provocada por queimadas na região amazônica.
Acordo
MERCOSUL-UE deve baratear produtos, mas forçar eficiência e produtividade.
O acordo da UE com o MERCOSUL deverá ser apresentado ao Conselho Europeu para discussão ainda este ano. Recentemente, a Alemanha se juntou aos Estados-Membros da UE que já expressaram dúvidas sobre a implementação do acordo comercial com o MERCOSUL. Após declarações da chanceler Angela Merkel durante uma reunião com jovens ativistas do clima, incluindo a Sra. Greta Thunberg, que fez manchetes, a ministra alemã da Agricultura Julia Klöckner acrescentou que o “acordo comercial não será ratificado a curto prazo” e que a grande maioria dos ministros da agricultura da UE é “muito, muito céptica” em relação ao tratado. (ecodebate)
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