Mas
o que podemos fazer diante desse cenário?
Enquanto
muitos preferem tratar somente as consequências da má gestão dos recursos
hídricos, agindo apenas na redução de uso da água, principalmente por parte dos
consumidores, é necessário o pleno entendimento para o tratamento adequado da
causa de toda essa problemática. Como uma das possíveis soluções, as florestas
apresentam-se como fundamentais neste processo.
Florestas regulam o ciclo d’água, influenciando diretamente nos regimes regionais de chuva e, consequentemente, na disponibilidade desse recurso. Ainda, são elas que auxiliam na qualidade, pois evitam erosão e sedimentação de cursos d’água, além de regular todo o fluxo dentro de uma bacia hidrográfica, garantindo, dessa maneira, o reabastecimento de nascentes, rios, lagos e aquíferos.
Assim, a relação entre as florestas e a água é de interdependência. Interferências negativas realizadas em ambientes florestais, como os que enfrentamos recentemente, onde os índices de desmatamento e queimadas são recordes no Brasil, afetam diretamente no regime hídrico de uma região, potencializando a indisponibilidade de água.
A
compreensão desse cenário de interdependência nos permite avaliar que a
resposta mais simples de como superar uma crise hídrica e se preparar para um
futuro próximo mais seguro neste sentido, é realizando investimentos em ações
de conservação de remanescentes florestais nativos e restaurando ambientes
estratégicos.
Hoje,
para contribuir nesse tipo de intervenção, existem várias modelagens ambientais
que são capazes de processar dados e auxiliar no desenvolvimento de gestão das
bacias hidrográficas. Isso acontece, por exemplo, por meio da mensuração de
quantidade de áreas naturais necessárias para a recarga hídrica de uma região,
que embasam a definição de ambientes mais estratégicos para ações de
preservação e restauração.
É necessário compreender, ainda, que se começarmos a restaurar uma área integralmente destruída hoje, ela levará um período de, no mínimo, cinco anos para começar a se reestabelecer como ecossistema, retornando seus processos e fluxos que permitam a volta da água.
Dessa maneira, mesmo que de forma lenta, a restauração ecológica, aliada à conservação de remanescentes florestais, é a maneira mais estratégica para salvar o sistema hídrico. Por isso, é preciso entender a urgência de se tratar com qualidade a causa de toda essa problemática, garantindo água de qualidade para o nosso futuro. (ecodebate)
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