Produtora de grãos e
oleaginosas SLC Agrícola, que vende para a Bunge e outras tradings, foi
responsável pela maior parte do desmatamento.
A empresa desflorestou 101,5
km2, de acordo com uma análise da Chain Reaction Research, um
consórcio de organizações não governamentais.
Bunge e a SLC Agrícola, que
de acordo com o relatório lideram os rankings entre tradings e produtores,
respectivamente, disseram que o desmatamento não foi ilegal. A SLC aparece no
levantamento como responsável por desflorestamento que supera todas as outras
companhias.
O Cerrado, que faz fronteira
com a floresta amazônica e ocupa quase um quarto do território brasileiro,
captura grandes quantidades de gases causadores do efeito estufa.
Aproximadamente metade do
Cerrado foi desmatada até agora, principalmente para dar lugar a cultivos de
soja, milho e pecuária, entre outros produtos agrícolas.
Enquanto o desmatamento na
Amazônia é estritamente limitado a 20% da propriedade dos agricultores, os
produtores em algumas áreas do Cerrado podem desflorestar até 80% de suas
terras legalmente.
O relatório da Chain Reaction
Research analisou os principais agricultores e empresas agrícolas comerciais
vinculadas a esse desmatamento legal no Cerrado.
“O desmatamento ilegal e o
desmatamento legal têm exatamente o mesmo impacto, ambos têm impacto sobre as
mudanças climáticas”, disse Gerard Rijk, analista da organização sem fins
lucrativos holandesa Profundo, membro do consórcio.
A Cargill, em segundo lugar,
teve quase 12 vezes menos compras associadas a desmatamento em 2020 do que a
Bunge.
A Bunge disse em comunicado
que não compra soja de áreas desmatadas ilegalmente no Cerrado e está
trabalhando para eliminar todo o desmatamento de suas cadeias produtivas até
2025.
Empresa possui monitoramento
extensivo do desmate em cerca de 8 mil fazendas que respondem por 96% de suas
compras na região.
Uma porta-voz da Cargill
disse que a empresa está empenhada em acabar com o desmatamento em suas cadeias
de abastecimento até 2030, incluindo as liberações legais, e está trabalhando
para acelerar esses esforços.
O relatório da Chain Reaction
Research é baseado em dados oficiais de desmatamento do governo brasileiro,
registros públicos e informações divulgadas pelas empresas, mas pode não
capturar todas as relações entre as empresas de “trading” e agricultores que
desmatam.
Período utilizado nesses
dados do governo para mensurar o desmatamento vai de agosto de 2019 a julho de
2020.
SLC Agrícola da bolsa de São
Paulo, opera principalmente fazendas no Cerrado, confirmou desflorestamento 110
km2 em 2020.
A empresa planeja acabar com
todo o desmatamento até o final da safra 2020/2021, que termina em agosto, com
cerca de 16 km2 restantes para serem abertos.
Todo o desmatamento foi feito legalmente, disse a empresa em um comunicado.
A SLC cultivou áreas totalizando 468.200 hectares na safra 2020/2021, de acordo com seu balanço do quarto trimestre. A empresa disse à Reuters que preservou 33% de suas terras, excedendo a exigência legal. (biodieselbr)
Nenhum comentário:
Postar um comentário