segunda-feira, 7 de junho de 2021

Desmatamento na Amazônia tem pior mês de abril em 2021

Desmatamento na Amazônia tem pior mês de abril em 2021, aponta INPE.
A área de alertas de desmatamento em abril cresceu 42% na Amazônia em relação ao mesmo mês do ano passado, aponta INPE.

O índice de desmatamento na Amazônia em abril deste ano atingiu o seu pior resultado desde o início da série história, em 2016, segundo dados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Foram devastados 580,55 km² até 29/04/2021, ante 407,2 km² em abril de 2020, uma alta de 42,5%, conforme medições do sistema Deter (Detecção de Desmatamento em Tempo Real).

Em nota, o Observatório do Clima (OC) diz que os dados "desmentem o governo federal", que comemorou a queda de cerca de 15% nos alertas verificada entre agosto de 2020 e abril de 2021 (em relação ao mesmo período anterior), como resultado da ação do Exército na Amazônia.

"Os alertas têm oscilado mês a mês para cima e para baixo, o que mostra que não existe uma política consistente ou uma ação sustentada da administração federal para controlar a devastação", diz o comunicado divulgado pela entidade.

Abril na Amazônia tem o maior desmatamento em seis anos.

A rede ainda afirmou que "26% da Amazônia estava coberta de nuvens, portanto invisível ao satélite, na hora da análise. É o maior percentual de nuvens para o mês na série iniciada em 2015 e o desmatamento pode ser ainda maior.

Em março, o Deter detectou perda de 367 km² de floresta, um aumento de 12,5% em relação ao visto no mesmo mês em 2020. Já os meses de janeiro e fevereiro de 2021 registraram índices de devastação menores ante o notificado no mesmo período no ano passado.

"A fiscalização do IBAMA está parada devido a mudanças impostas por Ricardo Salles nos procedimentos de autuação. O processo de punição a crimes ambientais também foi inviabilizado pelo ministro. (...) As ações contra o desmatamento dependem quase exclusivamente agora dos governos estaduais, cujo efetivo e alcance de fiscalização são limitados", completa a nota divulgada pela rede.

Em abril, ao participar da Cúpula dos Líderes sobre o Clima, Bolsonaro afirmou que o Brasil está aberto à "cooperação internacional" na área ambiental e declarou que o país buscará atingir a neutralidade climática (reduzir a zero o balanço das emissões de carbono) até 2050. O tom mais moderado adotado na reunião chamou atenção dos demais presidentes.

A meta apresentada até 2050 é a mesma fixada pelos Estados Unidos e pelos grandes países europeus em relação às ações para zerar o balanço das emissões de CO2.

Desmatamento na Amazônia.

No entanto, no mesmo dia do encontro internacional, Bolsonaro rebateu as críticas ao desmatamento no país sugerindo que "há interesses econômicos por parte dos países que têm cobrado o governo nessa questão, como os Estados Unidos". (uol)

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