O índice de desmatamento na
Amazônia em abril deste ano atingiu o seu pior resultado desde o início da
série história, em 2016, segundo dados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais).
Foram devastados 580,55 km²
até 29/04/2021, ante 407,2 km² em abril de 2020, uma alta de 42,5%, conforme
medições do sistema Deter (Detecção de Desmatamento em Tempo Real).
Em nota, o Observatório do
Clima (OC) diz que os dados "desmentem o governo federal", que
comemorou a queda de cerca de 15% nos alertas verificada entre agosto de 2020 e
abril de 2021 (em relação ao mesmo período anterior), como resultado da ação do
Exército na Amazônia.
"Os alertas têm oscilado mês a mês para cima e para baixo, o que mostra que não existe uma política consistente ou uma ação sustentada da administração federal para controlar a devastação", diz o comunicado divulgado pela entidade.
Abril na Amazônia tem o maior desmatamento em seis anos.
A rede ainda afirmou que
"26% da Amazônia estava coberta de nuvens, portanto invisível ao satélite,
na hora da análise. É o maior percentual de nuvens para o mês na série iniciada
em 2015 e o desmatamento pode ser ainda maior.
Em março, o Deter detectou
perda de 367 km² de floresta, um aumento de 12,5% em relação ao visto no mesmo
mês em 2020. Já os meses de janeiro e fevereiro de 2021 registraram índices de
devastação menores ante o notificado no mesmo período no ano passado.
"A fiscalização do IBAMA
está parada devido a mudanças impostas por Ricardo Salles nos procedimentos de
autuação. O processo de punição a crimes ambientais também foi inviabilizado
pelo ministro. (...) As ações contra o desmatamento dependem quase
exclusivamente agora dos governos estaduais, cujo efetivo e alcance de
fiscalização são limitados", completa a nota divulgada pela rede.
Em abril, ao participar da
Cúpula dos Líderes sobre o Clima, Bolsonaro afirmou que o Brasil está aberto à
"cooperação internacional" na área ambiental e declarou que o país
buscará atingir a neutralidade climática (reduzir a zero o balanço das emissões
de carbono) até 2050. O tom mais moderado adotado na reunião chamou atenção dos
demais presidentes.
A meta apresentada até 2050 é a mesma fixada pelos Estados Unidos e pelos grandes países europeus em relação às ações para zerar o balanço das emissões de CO2.
Desmatamento na Amazônia.
No entanto, no mesmo dia do encontro internacional, Bolsonaro rebateu as críticas ao desmatamento no país sugerindo que "há interesses econômicos por parte dos países que têm cobrado o governo nessa questão, como os Estados Unidos". (uol)
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