O fluxo de material orgânico
dissolvido, como o solo, da terra para os oceanos desempenha um papel
importante nos ciclos globais de carbono e nutrientes. Mudar a forma como a
terra é usada pode alterar o tipo e a quantidade de material transportado, com
implicações generalizadas para os ecossistemas.
Neste último estudo, uma
equipe de pesquisa internacional decidiu aprender mais sobre os efeitos do
desmatamento no ambiente costeiro, estudando o material que fluía para os rios
de vários locais em uma floresta tropical da América Central, rastreando seu
progresso no mar ao largo da costa de Belize, lar da segunda maior barreira de
corais do mundo.
Stacey Felgate, estudante de
doutorado na University of Southampton e no National Oceanography Center,
conduziu o estudo trabalhando com parceiros em Belize. Stacey disse: “Como
muitos países da região, Belize está experimentando uma taxa rápida de
desmatamento devido à crescente necessidade de terras agrícolas e urbanas,
enquanto a economia também depende da pesca e do turismo na costa. Apesar
disso, tem havido muito pouca pesquisa sobre o impacto que a mudança no uso da
terra em um ritmo tão rápido está tendo sobre os ecossistemas costeiros da
região”.
Os resultados da pesquisa,
publicados na revista JGR Biogeosciences, mostraram que significativamente mais
material colorido está entrando nos rios de terras usadas para agricultura, em
comparação com os locais de floresta natural.
Quando o material chega à
costa, o seu caráter colorido significa que absorve luz e pode escurecer o mar,
podendo afetar a vida marinha como as ervas marinhas e os corais que precisam
de luz para crescer. Os pesquisadores, portanto, identificaram pesquisas
adicionais sobre esse possível impacto como uma próxima etapa vital para
entender quais etapas são necessárias para proteger os ecossistemas costeiros
do desmatamento.
Stacey acrescentou: “O
potencial das atividades humanas em terra para impactar negativamente o meio
ambiente costeiro não é exclusivo de Belize, e por isso nossas descobertas são
relevantes de forma mais ampla, particularmente para as nações costeiras em
desenvolvimento onde o desmatamento está em andamento, mas não há planos de
conservação integrados entre o que está acontecendo na terra e o que está
acontecendo nos oceanos”.
Este estudo é parte de um
projeto mais amplo liderado pela Dra. Claire Evans do Centro Nacional de
Oceanografia. O trabalho foi financiado pelo Programa de Economias Marinhas da
Commonwealth, que visa possibilitar economias marinhas seguras e sustentáveis
em todos os Estados em desenvolvimento de pequenas ilhas da Commonwealth.
Outros parceiros no estudo incluíram a Universidade de Belize, o Instituto e Autoridade de Gerenciamento da Zona Costeira (Belize) e o Centro de Ecologia e Hidrologia do Reino Unido.
Campanha tenta salvar segundo maior recife de corais do mundo.
Os Recifes Mesoamericanos do
Caribe são a segunda maior barreira de corais do mundo, ao longo de 965
quilômetros. Só a Grande Barreira de Corais da Austrália é maior.
Ela se estende de Cancún, no
México até o Sul, passando por Belize, Guatemala e Honduras. Turistas de todos
esses países lotam praias, de onde partem expedições de mergulho. Os recifes
recebem milhões de visitantes por ano.
Stacey Felgate discute as
descobertas de seu estudo e por que proteger nossos oceanos é importante no
filme da Universidade de Southampton, para o Dia Mundial dos Oceanos, ‘Below
the Surface’ – assista no link incorporado acima. (ecodebate)
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