Atualmente, os oceanos de
todo o mundo são capazes de absorver cerca de 25% dos do dióxido de carbono que
é liberado na atmosfera quando acontece a queima de combustíveis fósseis.
Então, essas bactérias comedoras de eletricidade, chamadas de
fotoferrotróficas, aceleram esse processo tão essencial para amenizar o
aquecimento global.
"Bactérias fotoferrotróficas usam ferro solúvel como fonte de elétrons para a fotossíntese enquanto fixam o dióxido de carbono. Os ambientes marinhos são lugares ótimos para elas porque eles são ricos em muitas dos nutrientes que eles precisam", conta a pesquisadora, dizendo ainda que a exploração desse fenômeno pode resultar em uma ferramenta para combater as mudanças climáticas.
A primeira vez em que uma bactéria fotoferrotrófica foi isolada por cientistas aconteceu na década de 1990, a partir de ecossistemas de água fresca. Até então, somente duas versões marinhas haviam sido descobertas, mas como é bastante difícil manter a bactéria viva em ambiente laboratorial, pesquisas passadas acabaram sendo prejudicadas. Nesse novo trabalho, Bose "caçou" e coletou a bactéria em regiões do estado do Massachusetts, nos Estados Unidos, e então a cientista e sua equipe isolaram 13 novas cepas de uma bactéria marinha fotoferrotrófica anaeróbia comum, chamada Rhodovulum sulfidophilum.
Eles descobriram que todas as cepas da bactéria eram capazes de fazer fotoferrotrofia e de consumir eletricidade. No laboratório, a bactéria coletou elétrons diretamente de uma fonte, e na natureza o processo é feito através da ferrugem e outros minerais ferrosos que são abundantes em sedimentos marinhos. Os pesquisadores ainda fizeram testes adicionais com uma das cepas para descobrir o caminho usado pelas bactérias para o consumo direto de elétrons, e a resposta parece estar em uma proteína desconhecida de transferência eletrônica. Para termos uma conclusão sobre esse processo, mais pesquisas ainda precisam ser realizadas.
Dinesh Gupta, coautor do estudo e pesquisador da Universidade da Califórnia em Berkeley, explica que bactérias como a Rhodovulum sulfidophilum são amplamente distribuídas em ecossistemas marítimos. Este, inclusive, é o primeiro estudo a explorar a possibilidade de usar substâncias insolúveis ou em fase sólida como doadores de elétrons, e a investigar se esse processo pode estar conectado ao "sequestro" de carbono ou à fixação de dióxido de carbono nos oceanos. (yahoo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário