A composição gravimétrica dos
resíduos é a categorização dos tipos de materiais descartados e conhecer estes
detalhes é fundamental para a gestão eficiente e integrada, o planejamento das
ações estratégicas presentes e futuras relacionadas com a reciclagem, reuso,
redução e racionalização e a implantação de processos específicos que assegurem
a destinação final adequada considerando as melhores alternativas disponíveis e
a sua aplicação de acordo com os tipos e quantidades identificados.
O Panorama da Abrelpe
considera a composição gravimétrica de 186 municípios brasileiros, com
categorização de orgânicos, metal, vidro, plásticos, papel/papelão e rejeitos.
Neste estudo foram identificadas informações suficientes para determinar a
composição média nacional, mas é importante desenvolver bases de dados mais
robustas e periódicas para aprimorar esse processo no futuro.
A gravimetria nacional foi
estimada com base na média ponderada a partir da geração total de RSU por faixa
de renda dos municípios e suas respectivas gravimetrias, considerando-se a
população e geração per capita.
Matéria orgânica – Sobras e
perdas de alimentos, madeiras e resíduos verdes.
Têxteis, couros, borrachas –
retalhos, peças de roupas, calçados, mochilas, pedaços de couro e borrachas.
Embalagens multicamadas –
Compostas por diversos materiais (Tetra Pack).
Rejeitos – Resíduos
sanitários, materiais não identificados, recicláveis contaminados, etc.
Outros – Resíduos
identificados como não pertencentes ao fluxo dos RSU, como resíduos de saúde,
eletroeletrônicos, pilhas, baterias, resíduos de construções e demolições,
pneus, óleos lubrificantes, embalagens de agrotóxicos, outros resíduos
perigosos.
Os orgânicos são o principal
componente dos RSU, com 45,3%, os recicláveis secos somam 35%, sendo compostos
principalmente pelos plásticos (16,8%), papel e papelão (10,4%), vidros (2,7%),
metais (2,3%), e embalagens multicamadas (1,4%). Os rejeitos correspondem a
14,1% principalmente dos materiais sanitários. Quanto às demais frações, os
resíduos têxteis, couros e borrachas, com 5,6%, e outros resíduos, com 1,4%,
são os materiais objetos de logística reversa descartados incorretamente como
RSU.
Ambiente para as presentes e
futuras gerações, criminalizando as práticas lesivas ao meio ambiente e à saúde
pública.
Mas apesar da proibição
expressa e demais disposições legais aplicáveis aos resíduos, pouco se avançou
na destinação final de resíduos sólidos, com um índice anual médio de redução
da disposição inadequada de 0,72%. De 2010 em que foi promulgada a PNRS, não
foram registradas iniciativas e programas consistentes com o encerramento das
unidades de destinação inadequada ainda em operação, que recebem mais de 40% do
total de RSU coletados no país.
Com o atual cenário são necessários 55 anos para que aterros controlados e lixões sejam encerrados, ou seja, neste ritmo somente em torno de 2075 teremos uma gestão adequada dos RSU no Brasil.
Este é o sétimo artigo de uma série sobre o panorama dos resíduos sólidos no Brasil no período 2010-2019. (ecodebate)
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